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segunda-feira, 14 de julho de 2008

AMEAÇA EXTERNA OU INTERNA?

Já estão surgindo as conseqüências da saída da atual senadora Marina Silva do comando do Ministério do Meio Ambiente. Foi aprovada, no Senado, na quarta-feira, 09/7, a Medida Provisória 422/08 que trata da legalização de áreas públicas da Amazônia invadidas sem licitação. Ou seja, legalizaram definitivamente a grilagem. E mais, ampliaram de 500 para 1.500 hectares o tamanho das áreas invadidas a serem legalizadas. É a oficialização, segundo os ambientalistas, do desmatamento.
Coincidentemente, a MP 422/08 foi aprovada na Câmara, em 13/5, horas depois da renúncia da então ministra Marina Silva. De volta ao Senado, após a aprovação da MP também nesta casa, a ex-ministra disse: "a medida não só legaliza aqueles que ocuparam terras ilegalmente no passado como abre um precedente para aqueles que estão invadindo agora e que vão invadir no futuro".
Uma outra conseqüência da saída da ministra é a probabilidade de manipulação dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe) pelo governo. Informações sobre o desmatamento na Amazônia que eram divulgadas quinzenalmente, agora demorarão trinta dias. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT), a demora é para tornar a informação mais precisa. Já o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou em recente entrevista que a divulgação havia sido retida por ordem da Casa Civil.
O saudoso senador Jefferson Perez tinha razão quando afirmou, no seu último pronunciamento no Senado, que não tinha medo das ameaças externas sobre a Amazônia. O que ele temia eram as ameaças internas. A cobiça, o interesse pelo lucro rápido de fazendeiros e madeireiros.