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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PETROBRÁS: LUCRO OU PREJUIZO?


O leitor Nestor Jesus de Sant'anna faz uma denúncia no Jornal A Tribuna que merece providências e reflexão. Trata-se da ocupação das encostas dos morros, conforme foi publicado no dia 24 passado, mais especificamente das encostas do Monte Serrat.
Há algum tempo, conheci um cidadão que nasceu e continua morando no município de Macaé, estado do Rio de Janeiro. Portanto, aos sessenta anos, conhece Macaé antes e depois da chegada da Petrobrás. Segundo ele, conheceu a Macaé tranqüila; Macaé das casas de muros baixos, onde se podia dormir com as janelas abertas. Após a chegada da Petrobrás, a população duplicou. A maioria, sem qualificação profissional, chegava e não conseguia emprego. Sem ter onde ficar, foi se acomodando em barracos. E assim proliferaram as favelas. E na mesma proporção, proliferaram a violência e o tráfico de entorpecentes.
Em uma análise lúcida de quem não tem a experiência de um sociólogo, de um cientista político ou de qualquer outra profissão afim, a não ser a de ter vivenciado as duas situações, ele terminou sugerindo cautela na divulgação das descobertas feitas pela Petrobrás na bacia de Santos. A notícia já chegou e continua chegando lá, assim como em outras regiões, e já está causando frisson entre a população. Principalmente entre a população desempregada e desqualificada. O que torna a migração em massa uma possibilidade. E com todas as conseqüências já conhecidas

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

SELEÇÃO BRASILEIRA

Escrever sobre futebol não é fácil. Além de polêmico, a impressão que se tem é a de que tudo já foi discutido. Tal é a quantidade de colunas e programas esportivos que só abordam o assunto. Porém, provocado por um amigo, aceitei o desafio para dar o meu pitaco nas convocações da Seleção Brasileira.
Para começar, questiono a convocação de jogadores que estão atuando no exterior. Muitos não disfarçam o mal estar ao serem convocados. É o que está ocorrendo, freqüentemente, com jogadores que se transferiram para os grandes clubes europeus. Um indício são os casos de jogadores com dupla cidadania defendendo a nossa seleção. Outro, são as seleções de outros países sendo defendidas por jogadores brasileiros naturalizados.
Salvo raras exceções, percebe-se que não há motivação entre os convocados para a Seleção Brasileira. O que não aconteceria se a convocação priorizasse os profissionais que estivessem jogando no Brasil. Todos treinariam mais e o surgimento de novos craques estaria sendo fomentado. Aliás, aconteceu algo parecido na convocação para a Copa de 1958. E o exemplo não veio da Comissão Técnica. Partiu do melhor ponta-direita da época: Julinho Botelho. Durante a Copa de 1954, na Suiça, Julinho teve uma atuação soberba. Ocasionando assim a sua transferência em 1955 para a Fiorentina, tradicional clube italiano. Ganhando vários títulos pelo clube de Florença, Julinho tornou-se ídolo italiano. Ao ser convocado para a Copa de 1958, achou injusto alguém no futebol europeu representar o país naquela competição. Afirmou que no Brasil havia muitos craques na sua posição e indicou Joel Martins, do Flamengo. Era o mínimo que se poderia esperar de um profissional extremamente digno e ético.
Muitos pesquisadores não hesitam em afirmar que o fenomenal Garrincha surgiu e explodiu naquela Copa, graças à atitude de Julinho. É para se pensar...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

IMPOSTO SINDICAL

Enquanto todas as atenções estão voltadas para a famigerada CPMF, a tal contribuição provisória que está se tornando permanente, uma outra discussão, não menos importante, está acontecendo no Senado. Trata-se do escorchante e vergonhoso Imposto Sindical.
Criado por Getúlio Vargas, esse imposto subrai todos os anos o salário de um dia de todo trabalhador, sindicalizado ou não. Dinheiro que tem servido, salvo exceções, para encher os bolsos ou para financiar as campanhas políticas da maioria dos dirigentes sindicais ao longo desses anos todos. A discussão sobre o assunto, fruto da iniciativa iluminada que sugere um imposto facultativo, está gerando incômodo entre os atuais dirigentes sindicais. E como era de se esperar, assim como fizeram no Congresso, estão pressionando também o Senado para que nada seja alterado. Ou seja, numa época em que o sindicalismo está em desuso, enfraquecido e inerte, só sai da inércia para lutar pela permanência das mordomias com o suor da labuta do povo. E a inércia, muitas das vezes, conseqüência de um relacionamento muito próximo e equivocado com os patrões.
Não vejo, sinceramente, outra saída a não ser deixar que o trabalhador decida se deve ou não contribuir com o sindicato.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

SOBERANIA

Em outras circunstâncias seria um discurso de estadista. Refiro-me ao recente pronunciamento do Senador Fernando Collor, em que ele denuncia um crescente movimento antibrasileiro, liderado por Hugo Chávez, na América Latina. O Senador, em tom solene, ao mesmo tempo em que se mostrou preocupado com uma Venezuela se armando cada vez mais, denunciou o sucateamento e o desânimo reinante nas nossas Forças Armadas.
O detalhe é que o Senador aponta para um hipotético inimigo externo. A realidade é que o maior e mais perigoso inimigo está aqui dentro. E neste momento também no Senado, contaminado pelo maldito vírus da corrupção que se propaga também por estados e municípios. Vírus que vem debilitando cada vez mais a nossa já fragilizada democracia. Contribuindo para sucatear, desanimar e enfraquecer as nossas Forças Armadas e a força de todos os homens de bem desta Nação. A tal ponto que a figura de Hugo Chávez começa a ganhar simpatia em muitos setores.
A verdade é que a guerra de interesses mesquinhos dos (des)governos que se sucedem, onde reina soberana a hipocrisia, ocasiona a guerra pela sobrevivência dos sem-terra, dos sem-teto, dos sem-água, dos sem-floresta, dos sem-saúde, dos sem-trabalho, dos sem-educação, dos sem-justiça e dos sem-família. A continuar assim, não há por que se preocupar com uma ameaça externa. Não haverá nada para ser ameaçado.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

INCLUSÃO E EXCLUSÃO NO ESPORTE

Todos sabem que o esporte é uma ferramenta de inclusão social. Porém, transformá-lo de fato em uma ferramenta de inclusão social é que é o problema. A sua utilização, infelizmente, sempre foi para a captação de votos ou de recursos financeiros. Em outros casos, como produto de maquiagem para encobrir as mazelas existentes. E com esse viés, uma minoria pratica e é beneficiada. Enquanto que a maioria assiste e é marginalizada. É a inversão que se dá quando se prioriza o alto rendimento e a pirotecnia das grandes e absurdas realizações. A base, o desporto educacional, prioridades constitucionais, acabam prejudicados. E o pior é que tudo isso acontece com o respaldo de grande parte da mídia. Afinal, a audiência se dá com a minoria praticando e a maioria assistindo.
E por falar no processo de inclusão que o esporte propicia, algumas modalidades acabam sendo mais inclusivas do que outras. Sem nenhuma dúvida, o Atletismo é a mais inclusiva de todas. Além de ser a mais fácil de ser praticada. Eu não me canso de repetir de que no Atletismo todos têm vez: o veloz, o resistente, o gordinho(nos arremessos) e o mais alto(nos saltos). Só por isso já deveria ser uma atividade obrigatória em todas as escolas. Tese reforçada com o índice altíssimo de obesidade infantil. Paralelamente, poderíamos utilizar em Santos as pistas da ADPM e do Portuários que, somadas às pistas do Brasil FC , do SESI e, possivelmente, à do Dale Coutinho, formariamos cinco núcleos. Locais para onde seriam encaminhados os alunos que se destacassem nos Jogos Escolares e no Campeonato Santista de Atletismo. Evento que poderia ser criado e realizado paralelamente ao Campeonato Santista de Pedestrianismo. Aliás, o Atletismo dos Jogos Escolares deste ano já foi adiado duas vezes por ausência de escolas inscritas. O mesmo Atletismo que já revelou para o mundo Elias Fonseca, Luíza Felix e Sanderlei Parrela. Já dá para imaginar quantos Elias, Luízas e Sanderleis surgiriam com um programa desses.
Para se ter uma idéia da importância desse esporte, terça-feira passada, 30/11, foi realizado o Pró-Atletismo em Praia Grande. Evento da Delegacia Regional de Esportes, em que dois nomes se destacaram pelas circunstâncias e pelos resultados obtidos. Foram eles: Tamires Aparecida(campeã dos 600 metros, com o tempo de 1m58s34) e Pedro Henrique(campeão dos 60 metros, com o tempo de 9s29). Ambos com dez anos de idade, foram classificados para a Fase Final Estadual a ser realizada em Presidente Prudente. A menina, moradora dos morros, já pratica há algum tempo com o Prof. Daniel. O menino, da região central da cidade(das mais carentes), foi encaminhado há dez dias para o SESI pelo inspetor da escola onde estuda. Tanto é que ele foi inscrito fora do prazo, precedente aberto pela Delegacia de Esportes e que merece elogios. Tamires e Pedrinho deverão fazer história. E o mínimo de que necessitam, além de atenção e afeto, é de transporte, reforço alimentar(inclusive para a família) e alguns apetrechos básicos. Nada impossível diante dos milhões, bilhões, gastos em eventos megalomaníacos por todas as esferas de governo .