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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

FALTAM OS ALICERCES

É A MAIOR DELEGAÇÃO BRASILEIRA NUMA OLIMPÍADA!
Antes do início dos Jogos, essa foi a manchete estampada em vários jornais do país. Seria interessante saber que delegação foi essa? Qual foi a proporção entre dirigentes, convidados e atletas? Uma outra pesquisa, mais importante e abrangente, deveria apurar a relação custo e benefício na administração do esporte brasileiro. Cujo resultado poderia servir para provocar uma ampla investigação em todos os setores que envolvem o esporte neste país. Setores das esferas federal, estadual e municipal.
Certamente, ficaríamos sabendo que os recursos oriundos de governos municipais, estaduais e federal, somados aos recursos das loterias, das empresas estatais e privadas, sáo mais do que suficientes para transformar o Brasil numa potência olímpica. Isso se houvesse seriedade e programas consistentes para o setor. Aliás, bastaria obedecer o Artigo 217 da nossa Constituição . Infelizmente, não é o que acontece. E os recursos, que não são poucos, acabam diluídos na burocracia e na malversação causada pelo emaranhado de Ministérios, Secretarias, Departamentos, Fundações, Fundos, Confederações, Federações, Ligas, Comitês, Clubes, ONGs, etc. Com tantos interesses imediatos, a verdade e que o desporto educacional, prioridade Constitucional, acaba não tendo a mínima importância. E assim o investimento na base segue perdendo de goleada para o investimento no alto rendimento e na realização de eventos.
O resultado é o mesmo que construir um edifício sem alicerce. Desmorona a cada Olimpíada. Até quando?

sábado, 16 de agosto de 2008

OURO OLÍMPICO

Ouro na natação!
Sem medo de errar, considero o feito como uma conseqüência do trabalho desenvolvido pela Confederação da modalidade. Mais organizado, o esporte começou a render alguns frutos que serviram de estímulo para o nosso campeão olímpico, César Cielo. Ricardo Prado, Xuxa e Gustavo Borges, foram alguns deles. Porém, nem tudo são flores. O pai do nadador aproveitou para desabafar. Afirmou que bancou todas as despesas durante o período de treinamento do seu filho nos Estados Unidos. O problema é que a decisão de treinar no exterior motivou o cancelamento do subsídio financeiro que ele recebia do governo.
Ora! Se isso acontece com um dos esportes mais organizados, imaginem o que acontece com os outros! Verdadeiros feudos, o COB, as Confederações e Federações, com a ajuda e a conivência de órgãos governamentais, movimentam milhões, bilhões de reais. Recursos oriundos de impostos, de empresas públicas e das loterias, são utilizados em obras e eventos megalomaníacos. A base pouco importa. Os Jogos Pan-Americanos realizados recentemente no Rio de Janeiro são um exemplo típico. De R$ 400 milhões, as despesas com a sua relização saltaram para R$ 4 bilhões de reais. Pior, chegam notícias de que os equipamentos construídos estão às moscas ou sendo utilizados para outras finalidades.
Insaciáveis, ainda querem realizar uma Copa do Mundo de Futebol e uma Olimpiada aqui.

sábado, 9 de agosto de 2008

LIÇÕES OLÍMPICAS

O clima olímpico é contagiante! É o maior espetáculo da Terra protagonizado pelo esporte! É tão grandioso que o mundo literalmente pára diante dos corpos em movimento! E são inúmeras as modalidades esportivas. Mas uma delas é especial, vem à mente sempre que falamos de Olimpíadas. Ela se destaca pela inclusão que propicia, pela facilidade com que é praticada e por ser o esporte base.
Refiro-me ao Atletismo, o esporte que simboliza os Jogos Olímpicos. É tanta a sua importância que não conseguimos imaginá-lo fora de uma Olimpíada. Com todos esses atributos, deveria ser uma atividade obrigatória em todas as nossas escolas. Assim como é em Cuba e na Jamaica. Aliás, esta última, com 2,7 milhões de habitantes, tem os dois homens mais rápidos do mundo: Usain Bolt (atual recordista mundial dos 100 metros rasos, com 9s72) e Asafa Powell (ex-recordista, com 9s74). Ambos surgiram nas competições escolares e desenvolveram suas capacidades e habilidades numa pista de grama modesta da UTECH, uma das principais universidades jamaicanas. E é onde Asafa Powell continua treinando regularmente.
Aqui em Santos, infelizmente, a modalidade não tem merecido a devida atenção. Ela já teve de ser cancelada dos Jogos Escolares por absoluto desinteresse das escolas. Por outro lado, a matriz clubística com a parceria do poder público secou. Três pistas estão às moscas: a pista da ADPM, a do Portuários e a do SESI. Esta última abrigava uma tradicional escola de Atletismo na Zona Noroeste. E na outra pista, localizada no Brasil F.C., a modalidade está agonizando. Sem receber as taxas, a Federação de Atletismo não permite que os poucos atletas do clube participem das competições oficiais.
A lição que fica é a de que a construção de equipamentos sofisticados e a realização de eventos suntuosos não são sinônimos de seriedade e competência na gestão esportiva.