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domingo, 6 de fevereiro de 2011

PRÉDIOS DE LUXO E MORADIAS SOCIAIS EM SANTOS

O jornal A Tribuna publicou dois editoriais no domingo, 06/2. Um sobre os limites para a altura dos prédios em Santos. O outro, sobre o aumento dos valores dos imóveis construídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Dois fenômenos, sendo que o primeiro tem grande influência sobre o segundo. À medida em que a liberação dos gabaritos foi concedida, o preço do m2 dos terrenos foi para às alturas, inviabilizando a construção de moradias sociais.
O editorial aponta que a liberação foi necessária para dinamizar o setor da construção civil que estava parado. Concordo que na época era necessária, mas faltou planejamento. Como sempre. E faltou também, como sempre, sensibilidade social e ambiental. A realidade é que a liberação dos gabaritos visou somente o lucro das construtoras. Tanto que não houve nenhuma exigência de contrapartida ambiental ou social. Na área ambiental poderiam ter sido exigidas áreas permeáveis e arborizadas, utilização de energia solar, captação da água da chuva, etc. Na área social, temos acompanhado pela imprensa o estado sofrível dos alojamentos que abrigam empregados que vêm de outros estados. Prática que objetiva minimizar custos, mas que prejudica a mão de obra da região e os próprios funcionários que vêm de fora. Além de contribuir para a expansão das favelas, já que esses trabalhadores dificilmente voltarão para os seus estados de origem ao término das obras.
Não custa lembrar e repetir. Na Inglaterra, o Parlamento determinou que todo construtor é obrigado a construir um percentual de moradias sociais no mesmo local onde são construidas moradias de luxo.