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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

QUAL SERIA A PRIORIDADE NO ESPORTE?

Em recente audiência sobre os Jogos Abertos do Interior que foram realizados em Santos, o presidente da FUPES exaltou a economia que foi feita. Elogiado pelos presentes que citaram a necessidade de uma pista sintética e oficial de atletismo. Bem como a necessidade de um trabalho de base.
Quanto à economia, nada mais natural. Principalmente em se tratando de recursos públicos. A questão não era essa. A questão era saber se a realização dos Jogos foi uma prioridade. Ou a prioridade seria a reestruturação das bases que era clubística e não é mais? Mas voltando à questão econômica, a construção da Arena Esportiva foi um ato de economia? Vinte milhões de reais gastos em um equipamento construido em área de risco(tem à sua retaguarda uma encosta de morro). Do lado esquerdo tem o pátio da CET. Do lado direito, uns casarões vazios. À frente, uma universidade. E tudo isso numa das avenidas mais movimentadas da Baixada e sem nenhum núcleo habitacional por perto. Pelo visto o equipamento só vai servir pra eventos. É responsabilidade do Poder Público realizar eventos? É prioritário?
Não seria o caso de ter dividido estes recursos por três e construído um equipamento na Área Constinental, outro no Jardim São Manuel e ainda uma piscina nos morros para tirar as crianças da Lagoa, regiões onde a droga já chegou e com ela a criminalidade? Quanto ao trabalho de base, o Governo Federal repassa verbas para o município(SEDUC) do Programa Segundo Tempo. E o que é feito com esses recursos? O ideal seria praticar nesses núcleos as mesmas modalidadess que são praticadas nos Jogos Escolares de Santos. Jogos que só têm a participação de escolas particulares. E a seguir, obrigar todas as escolas municipais a participar dos Jogos. Teríamos assim uma base estruturada no âmbito escolar. O que é uma exigência constitucional.
Quanto à pista, temos quatro somente em Santos. Três de carvão(ADPM, Brasil FC e SESI), uma de grama(Portuários). Vale lembrar que a Jamaica produz os melhores velocistas do mundo em pistas de grama. E lembrar também que na década de 80, através de uma parceria que fizemos com a ADPM, surgiu na pista da Ponta da Praia o Vice-Campeão Mundial dos 400 metros rasos, Sanderlei Parrela. Uma prova de que a redenção do atletismo não está numa pista sintética, e sim no trabalho.
Infelizmente realizar eventos dá mídia. E essa é a preferência, seja no âmbito federal, estadual ou municipal.

sábado, 25 de dezembro de 2010

PAPAI NOEL NOCAUTEADO

Recebi uma mensagem de Natal do meu amigo João Paulo, o Jopa ou Pegasus Nofundusus para quem o conheceu jogando futsal no gol. O detalhe foi ele ter detonado literalmente com o Papai Noel. Digo literalmente porque logo após achincalhar verbalmente o Bom Velhinho , aplicou um golpe certeiro de karatê no coitado, afirmando que ninguém tinha o direito de substituir o Rei dos Reis.
Confesso que sempre me intriguei com a origem da figura do Papai Noel. Curiosidade desfeita com a leitura de um texto do escritor Ruy Castro, na Folha de São Paulo. Segundo o escritor, a chegada do Bom Velhinho no Brasil deu-se por volta de 1890, em São Luís do Maranhão. Ao final da ceia de Natal de uma família tradicional, irrompe sem aviso pela janela um homem gordo de barbas brancas, roupa, gorro e um saco às costas vermelhos. Assustados, os homens da família sacam as armas e rendem o intruso. Eis que uma das mulheres posta-se à frente pra defender o velhinho. Era uma jovem professora de nome Maria Bárbara de Andrade, filha do discutido poeta maranhense Joaquim de Souza Andrade. Tendo sido criada em Nova York, explicou que habituara-se a ver o Bom Velhinho no tablóide do caricaturista Thomas Nast.
Até a chegada de Thomas Nast, Papai Noel era alto, magro, ranzinza e se vestia de bispo católico. Nast era o contrário. Rechonchudo, anticlerical e bem humorado, redesenhou o velhinho à sua imagem, acrescentou-lhe a roupa vermelha e o bom humor. A seguir, inundou o seu tablóide e outras publicações com o seu simpático Papai Noel, fixando aquela imagem no coração de todas as crianças dos EUA, inclusive no coração da brasileira Maria Bárbara.
É certo que o consumismo no Natal tornou-se um hábito. Costumo dizer que as vitrines substituiram os altares das igrejas. Também é certo que em alguns países, a tradição de dar e receber presentes foi transferida para o Dia de Reis, em 6 de janeiro. Afinal, foi o que os Reis Magos fizeram em troca de poderem ter seguido a Estrela Guia.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ÁRVORES, CULPADAS DE QUÊ?

Santos, definitivamente, não tem nenhuma afinidade com árvores. Aliás, elas sempre foram um estorvo para a maioria das pessoas. Inclusive para os governantes. Um exemplo é a quantidade de solicitações de poda de galhos e de raízes. Outro exemplo são as atrocidades cometidas contra elas. O que já se tornou rotina contra este ser vivo que se alimenta, cresce, transpira e sente dor. Eletrodos adaptados nas folhas de uma árvore e num captador de som ultra-sensível, segundo os pesquisadores, captaram o som de terror ao aproximarem uma tesoura das suas folhas. Primeiro cortaram uma folha com a máquina desligada. Logo depois, ligaram a máquina e aproximaram a tesoura. Foi quando o som foi captado.
Basta um olhar mais atento e sensível pra se perceber o quanto elas são maltratadas. Pregos fincados em seus troncos pra aparar sacos de lixo nos pontos de táxi. Cimento e concreto descartados na área de terra do seu entorno. Raízes decepadas por ocasião das reformas das calçadas. Galhos mutilados em "V" por culpa de um emaranhado de fios de uma rede elétrica convencional e ultrapassada. Já existem outros meios, inclusive mais econômicos, que não provocam tanto sofrimento às nossas árvores. Um deles é a rede compacta. Ao contrário do que muitos pensam, não são as árvores que prejudicam a rede elétrica. É o contrário.
Existe ainda a ação de vândalos. Recentemente, participei de um mutirão, organizado pela SEMAM, que plantou árvores na calçada da UME Leonardo Nunes. Alguns dias depois, passei por lá pra ver como estavam. Não tinha uma sequer. Todas arrancadas e com seus frágeis troncos partidos ao meio. Não foram protegidas com grades. Na calçada da UME Dr. Fernando Costa, no bairro São Jorge, algumas árvores plantadas ali, também sem proteção, foram trucidadas. A impressão que se tem é que a seguir foram carbonizadas. Dá pra notar vestígios de carvão no local. Finalizando, a amoreira que plantei no início da Av. Afonso Pena, antes mesmo da construção da ciclovia e do relógio ali instalado, foi simplesmente mutilada. Teve todos os seus galhos cortados abaixo do relógio que chegou depois. Era a mais frondosa e a que mais frutificava. Frutos pequenos que não incomodavam. Serviam apenas para atrair e alimentar alguns pássaros remanescentes, em meio à infestação de automóveis que acomete a nossa cidade.

sábado, 11 de dezembro de 2010

DESFILE DE MODA OU PREMIAÇÃO DE ATLETAS?

A festa de encerramento do vigésimo quinto Campeonato Santista de Pedestrianismo surpreendeu pela performance das atletas. Desta vez, ao invés da pista, da areia ou do asfalto, a surpresa aconteceu no palco do Teatro do SESC. No lugar da corrida, da caminhada ou da marcha, elas desfilaram. Substituiram os tênis pelos sapatos de salto alto, os calções e camisetas pelos vestidos e transformaram o palco em passarela. Esbanjaram charme, elegância e felicidade! Felicidade que foi proporcional ao esforço e à dedicação de cada uma nos treinamentos diários.
E sem desmerecer as outras equipes, as chumbregas transcenderam em charme e elegância. O caminho em direção ao pódio acabou virando um desfile de modelos. Foi assim com a Celma, a Vilma e a Iracema, elegantíssimas, belas e charmosas de preto. Com a Ana transbordando charme e beleza com o branco contrastando a sua morenice. Com a Regina e a Vera ostentando a simplicidade e a beleza charmosa do estampado. E com a Maria Odete e a Celina desfilando o despojamento elegante da calça comprida. E na platéia estavam as não menos belas e charmosas Emília, Jô, Cidinha, Tamires e Débora. Ladeadas pelo charme discreto do Fred e do Cláudio. Pena que a Rosane, a Margarida, a Margarete, a Ivonete e a Katy não puderam comparecer.
Foi uma noite diferente, charmosa e bonita de se ver. Só orgulho e admiração!

domingo, 21 de novembro de 2010

FUTEBOL PRA MACHO

Dia desses recebi um e-mail da minha prima Sara, colocando o futebol de rua como o verdadeiro futebol. O futebol pra macho. Dentre as curiosidades, as regras se sobressaiam. A bola, por exemplo, poderia ser qualquer coisa que pudesse se deslocar com um chute. De uma lata até a uma bola de futebol. O gol era feito com o que estivesse à mão. Pedras, camisas emboladas, livros da escola e até o irmão menor de pé e com as pernas abertas. O campo geralmente era em uma rua de terra, limitado nas laterais pelas valas com esgoto a céu aberto. A escolha dos times era no par ou ímpar. A duração do jogo, virava em seis e acaba em doze. A escalação tinha alguns critérios. Por exemplo, gordo na defesa e perna de pau no gol. Não tinha juiz. A única falta que existia era quando o adversário caía na vala. As substituições aconteciam somente quando um moleque era arrastado pra casa pela orelha. Ou então, quando arrancava um tampão do dedo. Mesmo assim estava arriscado a voltar, depois de enrolar o ferimento com um pedaço de trapo qualquer. Na justiça desportiva, os casos de dúvidas eram resolvidos na porrada.
Lembro de um desses jogos. Tava muito equilibrado e já durava quase toda a tarde de um sábado. Lá pelas tantas, uma noiva começou a atravessar uma ponte de madeira. Justamente no momento em que vislumbrei a possibilidade de fazer o gol de desempate e vencer o jogo. Mirei, calibrei o chute, e pimba! Errei. Fui acertar exatamente a vala fétida no momento em que a noiva passava. O vestido branco ficou alvinegro. Acontece que o pai da noiva era um oficial do Exército. Foi um tremendo sururu. O homem pôs o batalhão pra me caçar. Fugi e fui me esconder no galinheiro que existia no quintal da casa do meu tio Elias que morava em outro bairro. Só fui sair de lá por volta da meia-noite. Isso porque meus primos, que sabiam onde eu estava, falavam que meu pai poderia ser preso e torturado.
Quem não jogou, de fato perdeu...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

CUSTOS E O PAPEL DA FUPES

Vez ou outra pipocam algumas discussões na Cãmara Legislativa de Santos sobre o critério de contratações de atletas para defender o município nos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior. O problema é que a maioria dos atletas contratados não são de Santos. A reboque destas discussões, já estão questionando também a importância da Fundação Pró-Esportes de Santos - FUPES.
A verdade é que a FUPES foi idealizada e criada sem cargos remunerados e para caminhar com as próprias pernas. Ou seja, para captar recursos externos e poder assim custear o desporto de alto rendimento sem prejuízo aos cofres públicos. Nem uma coisa, nem outra. Além de terem sido criados mais cargos, todos são remunerados. E muito bem remunerados. E quanto à captação de recursos externos, basta analisar os perfis dos profissionais que ocuparam o Departamento de Marketing daquela instituição.
Resumindo, a Fundação, além de ter se tornado muito cara, é totalmente dependente dos recursos públicos. Recursos que são utilizados para a contratação de atletas, como se fosse um clube de futebol, e para o pagamento dos altos salários dos cargos comissionados que existem lá. Triste e simples assim...

sábado, 6 de novembro de 2010

GOVERNAR PARA A VIDA

Não votei na Dilma, mas confesso que gostei quando ela afirmou que vai governar para o ser humano, para a vida. E ai não entra só o ser humano, entra todo tipo de vida. Inclusive a dos vegetais. Aliás, a teia da vida já está mais do que rompida. É preciso que seja reatada o quanto antes. O detalhe negativo é que a afirmação também constatou que as prioridades sempre foram as coisas materiais. Basta um olhar mais atento, mais sensível, para percebermos a degradação social e ambiental que nos rodeia.
Para se ter uma ideia, cheguei a contar mais de quarenta moradores em situação de rua dormindo embaixo das marquises da Rua Oswaldo Cruz. Isso por volta das seis horas da manhã e num trecho de mil metros. A mesma rua que tem cerca de dois mil metros e tem menos de cem árvores em toda a sua extensão. Muitas maltratadas por vândalos, estudantes e por alguns feirantes. E é assim por toda a cidade. É assim por todo o país.
A prioridade é abrir e manter ruas, avenidas e estradas asfaltadas para beneficiar a indústria automobilística. Dane-se o planeta com a poluição, com a exploração criminosa dos recursos naturais e com a sua impermeabilização. Dane-se o ser humano que ficou sem os bondes e os trens. Transportes mais baratos, não poluentes e mais rápidos porque não enfrentam congestionamentos. E se o cidadão optar por se deslocar a pé, não existem calçadas. É o meu caso. O que existe são verdadeiros desafios, tal é a quantidade de obstáculos. Calçadas desniveladas, esburacadas, escorregadias e desprovidas das sombras das árvores. Aliás, árvores que são um incômodo para quem gosta de asfalto e concreto. Árvores que têm as suas sombras substituidas pelas sombras das sombrias torres de concreto. Árvores que têm vida e que preservam a vida. Só por isso deveriam ser olhadas com mais carinho, com mais sensibilidade.
Torço para que os vinte milhões de votos da Marina sensibilizem de fato os novos e os velhos governantes.

sábado, 30 de outubro de 2010

DEBATES POLÍTICOS INCOMPLETOS

A Petrobrás e a exploração do petróleo esteve presente em quase todos os debates entre os dois candidatos. As acusações mútuas de privatização foram recorrentes. Ora a candidata Dilma era quem anunciava que essa era a intenção do seu rival. Por outro lado, o candidato Serra a acusava de já ter privatizado a empresa. O que nenhum dos dois teve foi a coragem de trazer a público o custo da Petrobrás para a sociedade brasileira. Refiro-me aos custos da produção de barris/dia por empregado, da refinação e até os custos da construção de refinarias e plataformas. E também, por que não, o custo que a sociedade terá de pagar pelo atraso nas pesquisas e investimentos em energias alternativas e renováveis que não faziam ou fazem parte do monopólio da Petrobrás.
Dois episódios recentes despertaram a minha preocupação sobre este assunto. Um deles foi a declaração do então coordenador de um grupo de pesquisas da UNICAMP sobre o álcool da celulose. Disse, na época, que não estavam recebendo recursos e que as pesquisas estavam sendo prejudicadas. É bom salientar que a celulose é encontrada em todos os vegetais, inclusive no capim comum. O outro episódio foi a declaração do presidente Lula que disse preferir o carro a álcool ou a gasolina, ao carro elétrico. Este já se tornando uma realidade em toda a Europa.
Os candidatos não tiveram a coragem de tocar no assunto e acredito que ninguém teria, tal é o misticismo que envolve aquela empresa, criado por ela própria. Mas, na condição de cidadão, eleitor e contribuinte, gostaria que o assunto tivesse sido abordado e os custos comparados com outras empresas do gênero.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

FATOS E LENDAS DA MARATONA

Ultimamente o assunto tem sido a Maratona de Curitiba. Marcada para o dia 21/11, vai coincidir com a última etapa do Campeonato Santista, o que quer dizer que muitos corredores da nossa região não poderão participar daquela tradicional prova. Da mesma forma que muitos deixarão de participar da prova do campeonato, optando pela maratona. Infelizmente, este é um preço da profusão de corridas de rua, da ausência de um planejamento prévio e de algumas atitudes intempestivas. No caso de Santos, da exclusão da prova de descarte do campeonato.
E por que a maratona é tão importante para os corredores de rua? Primeiro, pela simbologia que ela representa. Basta dizer que é a prova olímpica mais nobre. É ela que encerra os Jogos Olímpicos. Segundo, porque todo corredor de provas mais curtas sonha participar de uma maratona. É uma espécie de batismo. É quando ele de fato se considera um corredor de verdade. Dia desses, provocado pelo Fred, pela Ana, pela Vilma e pela Celma, assumi o compromisso de escrever algo sobre a origem e a importância desta tradicional prova. É bom que se diga, que dos quatro, só o Fred ainda não correu uma maratona. Mas vai chegar lá. É persistente, disciplinado e entusiasta.
Diz a lenda, que lá pelos idos de 490 a.C., os atenienses derrotaram os persas na planície de Maratona. Para levar a notícia da vitória para Atenas, enviaram o corredor Feidípedes. Ao chegar, depois de correr a distância, exclamou: "Festejem! Nós vencemos!" e caiu morto. A verdade é que a corrida mais longa nos primeiros Jogos era de apenas cinco quilômetros. A prova que hoje é denominada maratona só foi fazer parte da primeira Olimpíada moderna realizada em Atenas, em 1896. Em seu livro "The olympic marathon"(A maratona olímpica), David E. Martin explica que tornou-se apropriado para esta corrida lendária assumir naqueles Jogos uma realidade moderna.
Pois bem, dos Jogos de Atenas em 1896, até os Jogos da Antuérpia em 1920, as distâncias da maratona variaram de 39.996 metros a 42.750 metros. Nos Jogos de Londres em 1908, a distância percorrida entre o Castelo de Windsor até o estádio em White City, foram exatos 42.195 metros. Esta foi a distância-padrão adotada a partir da Olimpíada de Paris em 1924, e que perdura até os nossos dias.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CUIDANDO DAS CRIANÇAS, CUIDO DO PLANETA

Cuidar do meio ambiente também é cuidar das crianças, do seu comportamento. E neste aspecto, o exemplo tem importância ímpar. Sem esquecer também que fazemos parte da natureza. Portanto, propiciar a interação da criança com o meio ambiente é fundamental. Um outro aspecto é a interação das crianças entre si. Já comentei aqui mesmo neste blog que quem ama cuida. Porém, para amar é preciso conhecer. Eis a questão! Estamos afastando cada vez mais as nossas crianças da natureza e das outras crianças. Só o que se prioriza é a questão econômica. E crescimento econômico decididamente não combina com preservação ambiental e convívio social. A competitiviade é muito acirrada. O que faz crescer economicamente sempre uma minoria. Desenvolvimento é outro papo.
Quanto ao exemplo, é a maior herança, benéfica ou não, que os pais podem deixar para os filhos. Todo e qualquer gesto dos pais será assimilado pelas crianças. Seja estabelecendo o hábito de beber ou fumar na frente deles. Seja desobedecendo o sinal vermelho no trânsito. Seja separando resíduos recicláveis dos não recicláveis. Seja plantando uma árvore. Seja tendo atitudes solidárias, de compaixão. Seja jogando papel no chão ou discutindo por qualquer motivo. Seja estimulando o consumismo com roupas de grife, carrões ou presentes caros. Estes, na maioria das vezes, para suprir a ausência de um convívio mais próximo. O que é extremamente danoso para a formação das crianças.

sábado, 2 de outubro de 2010

TAMIRES: MATÉRIA VEICULADA NO D.O. DE SANTOS





Tamires Aparecida da Silva Farias, de apenas 13 anos, é considerada a nova revelação do atletismo na cidade, como comprovam os bons resultados nas provas. Não é por acaso. Ela treina diariamente cerca de duas horas em média. Tamires almeja muito mais do que pódios em provas regionais. “Meu objetivo é chegar à seleção brasileira e disputar os Jogos Olímpicos. Sei que é difícil, mas é um sonho que pretendo realizar”, disse ela, que tem apoio da prefeitura, por meio da Semes (Secretaria de Esportes). Cursando a sétima série do ensino fundamental na escola estadual Emílio Justo, a jovem tem como referência as corredoras santistas Sirlene Pinho e Maria dos Remédios. “São atletas de grande potencial e que também lutaram muito para conquistar as vitórias e o reconhecimento”. Segundo seu professor, Ibrahim Tauil, ela tem obtido resultados expressivos em provas de meio-fundo. “Desde o início os tempos nas provas de 600 metros mostravam seu potencial, mesmo sem ter noções da modalidade. Corrigimos alguns erros de postura e melhoramos seu condicionamento e as vitórias surgiram com naturalidade”, disse o treinador. Início A vocação para o atletismo ficou evidente quando ela venceu uma prova de 600 metros em competição escolar no Sesi. O resultado a motivou a iniciar os treinamentos, e mesmo depois que a escolinha de atletismo foi desativada, não parou. “Reunimos alguns atletas que residem nos morros – Tamires mora com os pais na Nova Cintra – e formamos um grupo para aprimorar os treinos. E ela foi uma das revelações desse grupo”, afirmou Tauil. Os principais resultados de Tamires, no entanto, surgiram em provas regionais, principalmente na capital: 3ª colocada nos 600 metros rasos (1m44s94), pré-mirim, do Circuito Estadual de Atletismo, no Ibirapuera; 2ª colocada nos 600 metros rasos (1m47s35), pré-mirim, do Torneio Federação Paulista de Atletismo, também no Ibirapuera. E ainda: campeã dos 1.000 mil metros rasos (3m19s8) do 3º Internúcleos da Federação, na Escola de Educação Física da Polícia Militar; e vice-campeã dos 1.000 metros rasos (3m20s4) do 1º Circuito Estadual, no Sesi de Osasco. A promissora atleta deve ser integrada à equipe do Brasil FC/Fupes, que representa a cidade em competições oficiais e nos Jogos da Juventude, Regionais e Abertos do Interior.

domingo, 19 de setembro de 2010

DESORGANIZAÇÃO E FRAUDES NAS CORRIDAS DE RUA

Três corridas de rua seguidas, as três com problemas na organização. Começou pela Corrida da Tia Jô, realizada em 05/9, em Cubatão. Fartura de frutas, água e isotônico, quanto a isso não houve reclamação. Quanto à premiação, também não. Além de medalhas e troféus, houve premiação em dinheiro e o sorteio de uma motocicleta zero, uma bicicleta e vários brindes. Alguns problemas ocorreram no percurso, porém, o maior problema deu-se com a ausência da exigência de identificação dos atletas inscritos, no momento da entrega dos kits. Quem se inscreveu pela internet teve acesso à relação de inscritos. Alguns, percebendo que a categoria estava forte, iscreveram-se em outra mais fraca. Depois pegaram o kit com o recibo de depósito. Simples. O que comprova que a teoria de "Gerson" é verdadeira.
Já no outro domingo, 12/9, os problemas ocorreram na meia maratona da Praia Grande. Maridos, amigos e colegas de equipe correram no lugar de outra pessoas. E ostentando o numeral de identificação, na maior cara dura. A realidade é que esse tipo de fraude vem se tornando cada vez mais frequente desde o advento dos chips e a retirada do pódio das categorias. O certo era continuar com o pódio e exigir a presença de todos no momento da premiação. Ficaria mais fácil a identificação dos corredores. Quanto ao lanche, uma banana literalmente para cada corredor.
E neste domingo, 19/9, problemas em profusão ocorreram na Corrida Ecológica da Ilha Porchat, no município de São Vicente. Os problemas foram tantos que fica difícil relacioná-los. Mas não é difícil encontrar os responsáveis. No caso, a Prefeitura de São Vicente e a Federação Paulista de Atletismo, além, naturalmente, do promotor. Para permitir um evento, e este já foi o quarto do mesmo organizador, o Poder Público tem de se cercar de todos os cuidados. Se permitiu e não tem a certeza do sucesso, como mostram os antecedentes, tem de arregaçar as mangas e fazer junto. Ou então não dê a autorização. Tem de ter posicionamento...Responsabilidade.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CASO NEYMAR

O Felipão estava certo, tinham que ter vendido o atacante. Perderam a oportunidade de arrecadar uma boa grana. Por outro lado, inflacionaram o mercado e aumentaram ainda mais o abismo social existente. Esse é o futebol que chamam de esporte. Que afasta os jovens dos estudos, a maioria se frustra, sonhando jogar futebol. Consequentemente afasta também de outros esportes. E com esse ti ti ti de Copa do Mundo, a farra com o dinheiro público já começou. E mais, já tem estados e cidades pobres reformando estádios com o sonho de receber alguma seleção pra treinar. Recursos gastos que seriam melhor aproveitados na saúde e na educação. Sem contar o que é desviado. E a Olimpíada? Qual é o trabalho de base que temos? É só festa com o dinheiro do povo. E evento, festa, tem de ser a coroação de um trabalho de base sério. Que envolva as escolas, as universidades, empresas e poder público. Na realidade o esporte deveria ser alvo de programas governamentais, e não moeda de troca política. E das mais chinfrins...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SEMANA DO DEFICIENTE FÍSICO

O Governo Municipal de Santos revogou a lei que criou a Semana do Deficiente Físico. Uma das justificativas é a de que as datas comemorativas já estão ficando em desuso. Já não têm mais o brilho de antigamente. Outra justificativa é a de que os deficientes físicos devem exercitar a sua cidadania todos os dias. E não ficar dependendo de uma data específica.Ora, já não se comemora a Semana da Pátria como antigamente. O Dia 7 de setembro já não tem o charme de outrora, mas nem por isso a lei que oficializou a data será revogada. Outro exemplo foi a sanção pelo Prefeito da lei que criou a Semana da Juventude. Os jovens também não têm de praticar a cidadania todos os dias? A Semana da Juventude também não irá entrar em desuso?
Acredito que a administração pública, tanto o Executivo quanto o Legislativo, perderam a oportunidade de dar um novo enfoque à Semana do Deficiente, direcionando as atividades para as famílias das crianças com deficiência. Informando para estas famílias dos programas de inclusão existentes, com o intuito de sensibilizá-las da importância da participação dos seus filhos nestes programas. Eu não tenho a menor dúvida de que a maioria destas crianças encontra-se reclusa em seus lares. Ou por preconceito dos pais, ou por ignorarem a existência dos programas de inclusão. E não é difícil chegar a esta conclusão. Basta um olhar mais atento para percebermos que só vemos adultos com deficiência nas ruas. Não sendo diferente nas escolas e nos locais onde existem atividades adaptadas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

CARGA TRIBUTÁRIA E A INÉRCIA DA MÁQUINA PÚBLICA

Segue abaixo um trecho do artigo esclarecedor do Prof. Dr. Ives Gandra Martins, publicado no Jornal Mundo Lusíada. Assuntos que poderiam e deveriam estar sendo debatidos pelos atuais candidatos.

Estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, colocam o brasileiro como o terceiro cidadão no mundo que mais paga impostos. São destinados 148 dias, dos 365 dias do ano, para pagar impostos. Só perdemos para a França e para a Suécia. Com um detalhe, nestes países a carga tributária corresponde a excelentes serviços públicos. Enquanto aqui, a carga elevada corresponde a péssimos serviços.

Um outro estudo feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, divulgado quase que simultaneamente ao do IBPT, mostra que o servidor público no Brasil é um dos mais altamente remunerados no mundo. O que cria uma casta privilegiada daqueles que deveriam estar servindo à sociedade. No mesmo relatório, a OCDE mostra que a gestão do serviço público no Brasil é das piores do mundo. Ao invés de adaptar a máquina estatal para prestar melhores serviços, só que se faz é inchá-la.

Explica-se assim a baixa competitividade do Brasil, ocupamos a 38” colocação. A máquina inchada por servidores, a maioria não concursada, cria mais entraves que facilidades para o desenvolvimento do país. O Banco Mundial, numa relação de 175 países pesquisados, colocou o Brasil em último lugar nas exigências burocráticas que são feitas ao cidadão. Enquanto um empresário americano ou alemão perde em torno de 100 a 350 horas por ano para atender exigências burocráticas-tributárias, no Brasil, o empresário perde em torno de 2.600 horas. Até na Nigéria, país que está entre aqueles em que a corrupção é elevada, o empresário perde cerca de 2.100 horas, menos que no Brasil”.

Não é mera coincidência qualquer semelhança com a Lei de Parkinson.

sábado, 4 de setembro de 2010

OS CACIQUES DA TRIBO TAUIL

As lembranças que eu guardo dos meus tios são as lembranças da minha infância e de parte da minha juventude. A tia Alice(Glória), a mais velha, era quem dava as ordens, quem comandava. Lembro de algumas broncas que ela dava em meu pai(Jamil) e nos outros irmãos. Ela era alfaiate. Na época, uma das poucas, senão a única mulher alfaiate. Uma das travessuras que fazíamos, eu e meu primo Paulo, seu filho, era transformar seus alfinetes em anzóis e pescar no aquário de um vizinho.
Já o tio Elias era mais compenetrado, mais sério. Não esqueço de uma passagem em que eu estava sobre uma pilha de caixotes brigando com um vizinho. Entre nós dois, um muro cheio de cacos de vidro. Do lado de lá, sobre uma escada, o moleque tascava lama em mim. E do meu lado, sobre os caixotes, eu tascava água nele com uma mangueira. Não deu outra, ele acertou em cheio o meu rosto. Ao tentar me desviar, os caixotes balançaram e cairam. Instintivamente estendi o braço esquerdo para me segurar no muro. Cheio de vidro, fiquei pendurado por um caco enterrado na palma da minha mão. O tio Elias, que morava ali perto, veio me socorrer, enquanto a mulherada gritava. Ele tinha sangue frio.
O tio Lole(Jorge), meu padrinho, morava em um sobradinho ao lado do estádio do Santos F.C. Época em que os muros do estádio eram baixos e podíamos assistir os jogos da sacada da casa dele. O sobradinho está lá até hoje. Outra lembrança é a da praia. Bom nadador, ele me colocava nas costas e se lançava ao mar. Eu ali, agarrado em seu pescoço como se fosse o pescoço do Tarzan. Foi também o primeiro da família a ter um carro. Um chevrolet preto. Foi nele que fiz a minha primeira viagem a São Paulo. Fomos assistir, Santos 1 x 1 Palmeiras, no estádio do Pacaembu. Depois do jogo, fomos conhecer a Av. Paulista. Senti uma grande emoção ao pisar naquele asfalto e ver todos aqueles prédios. Morava em rua de terra e casa de madeira, aquilo pra mim era sinônimo de desenvolvimento. Estava enganado. Hoje eu vejo por que a maioria dos nossos governantes, também daquela época, gostam tanto de concreto e asfalto.
A tia Olga(Maria) foi a minha madrinha. Lembro do seu olhar amoroso e da sua comida saborosa...rsrs...Principalmente da "dobradinha". Moleque esperto, comentava com a tia Dulce, muher do tio Lole, da "dobradinha" deliciosa da tia Olga . Não dava outra, ela tentava preparar uma "dobradinha" ainda melhor e me convidava pra almoçar. Depois era só elogiar a "dobradinha" da tia Dulce pra tia Olga e aguardar também o convite pro almoço. Eu provocava a competição e me aproveitava. Mas era por uma boa causa...E um bom rango...rsrs...
Agora o tio Nelson, o grande "Paiação", foi se juntar a eles. Foi bater a sua bolinha em outros campos. Ele era canhoto e tinha uma certa habilidade no futebol. Outra habilidade era a da comunicação. Teve programa de animação em uma rádio. Isso na época dos auditórios e programas ao vivo e com platéia. Foi diretor do Clube de Regatas Santista, onde costumava promover e animar eventos para crianças. E com elas ele era feliz. Tinha a ousadia de brincar junto. Com a natureza e a infância sendo extintas pelos adultos, o "Nersão" vai fazer falta.

domingo, 29 de agosto de 2010

A SIMBOLOGIA E A IMPORTÂNCIA DAS ÁRVORES

A árvore sempre foi um dos mais fortes símbolos das diversas culturas da humanidade.
A imagem da Árvore-Mãe, por exemplo, frequente em inúmeras culturas, tem significado duplo. Em primeiro nível, simboliza a Mãe Terra, princípio feminino que alimenta a vida. Em nível mais profundo, representa a energia vital e invisível que repousa no seio da Terra e é fecundada pela energia marculina do vento, da chuva e do Sol.
Na pré-história as árvores eram adoradas como divindades e algumas vezes consideradas a personificação de poderes naturais malignos como os trovões, os raios e as tempestades. Se apaziguadas pela adoração, as árvores divinas garantiriam fertilidade aos homens e aos animais, abundância nas colheitas, sucesso no comércio e nas guerras.
Com o crescimento do Cristianismo, os ritos de adoração diminuiram. As árvores passaram a ser utilizadas como um suprimento na alimentação, como combustível, na construção de cidades e embarcações, na fabricação de implementos agrícolas e matéria-prima para suprir as necessidades diárias.
A partir do início do século passado, algumas espécies de árvores começaram a desaparecer. Leis de proteção ambiental foram criadas, mas ainda não foi possível impedir a redução das espécies florestais no mundo todo. Apesar de hoje sabermos o quanto é necessário preservar os ecossistemas naturais e recuperar os já desfeitos, a destruição infelizmente continua. Mas a luta pela preservação e recuperação também deve continuar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O ESPORTE COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO

O esporte não fortalece somente o corpo. Na medida em que você se vê e se sente mais forte, mais capaz de cumprir tarefas antes consideradas irrealizáveis, fortalece também o espírito, a auto-estima. Você passa a se gostar mais, consequentemente as pessoas passam a gostar mais de você. Passa a ser mais notado, a servir de referência, vira ídolo. Nem que seja somente dos filhos, da família.
E como é bom ser motivo de orgulho para os filhos! Bom porque fortalece o ego, fortalece os laços familiares e se torna um exemplo a ser seguido. Foi assim com a Regina, em relação ao Samuel e ao Ariel. E certamente também foi assim com a Rosane, em relação à sua filha e agora à sua neta. Com a Celma, em relação aos seus dois filhos e à sua neta. Com a Vilma, em relação ao seu filho. Com a Emília, em relação aos seus dois filhos. E também com a Margarete, a Ângela, a Cidinha, a Ivonete, a Iracema, a Jô, a Vera, a Maria Odete, a Keka a Ritinha e tantas outras.
A prova de que este fenômeno é real veio da Ana, da equipe Chumbrega. Com os olhos marejados, comentou sobre a empolgação do seu filho, Alexandre, ao assistir o vídeo da sua chegada, entre as três primeiras, na Corrida da Zona Noroeste de Santos. O menino, sem disfarçar os sentimentos, característica de toda criança, pulou no seu pescoço gritando que estava muito orgulhoso e feliz. Quanta transformação através de algo tão simples! A principal delas, o exemplo a ser seguido por essas crianças.
Fiz referência somente às mulheres do grupo, em função de que todas iniciaram suas atividades após serem mães, algumas até avós, pelas dificuldades do dia a dia, e até por um certo preconceito existente por praticarem esportes.
Esportistas, mães e avós exemplares! Maravilhosas!


domingo, 8 de agosto de 2010

AS LIÇÕES E A HERANÇA DEIXADAS POR MEU PAI

A minha primeira infância foi vivenciada na tradicional Rua Mal. Pego Junior, região central de Santos. Por sinal, extremamente abandonada atualmente. Naquela época, década de 50, morávamos em uma vila, hoje conhecida como cortiço. Lembro da minha avó, uma árabe forte, cozinheira de mão cheia, que todos os dias fazia compras no mercadinho da Vila Mathias, esquina da Senador Feijó com a Rangel Pestana. Mulher simples, direta, primava pela honestidade e dedicação à família. Não esqueço os momentos em que ela saia para as compras me puxando pela mão. Resquícios das lembranças auditiva e gustativa. Eu associava o barulho do seu tamanco na calçada com a perspectiva do que iria comer no almoço.
Outra lembrança muito viva na minha memória é a de meu pai. Porteiro do Hotel Avenida Palace, no Gonzaga, papai trabalhava todos os dias até tarde da noite, inclusive aos sábados e domingos. Sua folga caia no meio da semana, geralmente às quartas-feiras. Da mesma forma que eu ansiava por ir às compras com minha avó, também aguardava com muita expectativa o dia de folga de meu pai. Era o momento de ir à praia, fazer pic-nic , passear de trem ou até mesmo de bonde. Coisas simples, mas que marcaram muito. Mas teve uma das folgas que o passeio foi no centro da cidade. Lembro de ter saído a pé com meu pai que foi pagar algumas contas e fazer outros serviços. Na volta, passando em frente a uma loja de brinquedos, puxei um carrinho de madeira que estava empilhado na calçada. Com o carrinho sendo puxado por uma das mãos, a outra sendo segura por meu pai, fui assim até a esquina de casa. Momento em que meu pai percebeu e perguntou onde eu havia pegado o brinquedo. Não sabendo responder, ele fez todo o caminho de volta comigo. Ao chegarmos na loja, fez com que eu devolvesse o carrinho e pedisse desculpas ao dono.Outra característica do meu velho, mesmo ganhando pouco, era fazer compras e doar parte dos alimentos para famílias carentes.
Foram as lições e a herança deixadas por meu pai. As mais importantes e significativas que existem. Saudades, meu velho...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

NOSSA TAREFA

Capacidades são inatas, nascemos com elas. Falo das capacidades de força, de velocidade, de flexibilidade, de reação, etc. Na realidade, elas são o alicerce das habilidades. E devem ser desenvolvidas, principalmente na infância, através de atividades lúdicas. Aos pouquinhos tais atividades devem evoluir para alguns jogos, sempre preservando as características lúdicas. Não existe uma idade definida, mas há um entendimento de que a partir dos 10 ou 11 anos de idade a criança já pode iniciar a prática de uma modalidade específica. É quando as habilidades serão aprendidas e desenvolvidas, juntamente com as regras.
No decorrer da minha vida profissional, tive várias experiências. Uma delas teve a ver com a questão da atitude, da determinação. Por exemplo, alunos com capacidades e habilidades acima da média mas que hesitavam diante das dificuldades. Os resultados eram sempre sem muito brilho. Ao contrário, também tive alunos sem as mesmas capacidades mas que conseguiam resultados muito mais expressivos. Eram determinados, tinham atitude. Resolvi assim incluir este fenômeno no rol das capacidades, batizando-o de "capacidade de atitude". E conclui que esta capacidade deve ser desenvolvida também na infância e na juventude. De preferência, envolvendo também a família. A ideia é estabelecer um programa de tarefas viáveis, impondo aos poucos algumas pequenas dificuldades e elogiando quando forem concluidas. O objetivo é despertar e fortalecer em cada criança, em cada jovem, a capacidade de atitude. Tarefa difícil numa sociedade castradora e opressora. Mas é a nossa tarefa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

AS ÁRVORES TAMBÉM PROTEGEM A SAÚDE

Por Anahad O'Connor
The New York Times

No verão, alergias e a promessa do ar condicionado tendem a levar as pessoas a lugares fechados. Mas para aqueles que conseguem suportar o calor e o pólen, passar mais tempo junto à natureza pode ter alguns efeitos surpreendentes à saúde. Numa série de estudos, cientistas descobriram que, quando as pessoas trocam suas “prisões” de concreto por algumas horas em ambientes naturais – florestas, parques e outros locais com muitas árvores –, elas apresentam um aumento na função imunológica.

A redução do stress é um fator. Mas os cientistas também associam isso a phytoncides, químicos transportados pelo ar emitidos pelas plantas para protegê-las de apodrecer e dos insetos, e que aparentemente também beneficiam os humanos.

Um estudo publicado em janeiro incluiu dados sobre 280 pessoas saudáveis no Japão, onde a visita a parques naturais para efeitos terapêuticos se tornou uma prática popular chamada de “Shinrin-yoku”, ou “banho de floresta”. No primeiro dia, algumas pessoas foram instruídas a caminhar por uma floresta ou área arborizada por algumas horas, enquanto outras caminharam pela cidade. No segundo dia, inverteram as atividades. Os cientistas descobriram que estar entre plantas produziu “menores concentrações de cortisol, menor frequência cardíaca e pressão arterial”, entre outros aspectos.

Vários outros estudos mostraram que visitar parques e florestas parece aumentar os níveis de leucócitos. Num estudo de 2007, homens que fizeram caminhadas de duas horas numa floresta por dois dias tiveram um aumento de 50% nos níveis de linfócitos. Outro estudo descobriu um aumento nos leucócitos, que durou uma semana, em mulheres expostas a phytoncides do ar da floresta.

Segundo estudos, a exposição ao verde parece beneficiar a saúde.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ANTÍDOTOS CONTRA A VIOLÊNCIA

O Fórum da Cidadania de Santos está promovendo uma discussão sobre segurança. O tema é: Que segurança queremos? Particularmente, entendo que este tema leva a um outro tema: Como acabar com tanta violência?
A triste realidade é que estamos vivenciando um período de extrema violência. Através da televisão, do rádio ou dos jornais, o que mais se vê, se ouve ou se lê é sobre violência. Crimes bárbaros, personagens frios, sem sentimentos, estão se tornando rotina. Banalizados, acabam anestesiando a população que já não se comove mais. Diante de tantas ocorrências, cabem algumas perguntas. Quais os motivos de tanta violência? Materialismo em excesso? Falta de religiosidade? Competitividade excessiva?
Acredito que todos os motivos colaboram para o agravamento do problema. Vivemos numa sociedade extremamente materialista e competitiva até na religião. E não vejo outra saída a não ser através da educação. A educação teórica e prática da empatia, da compaixão, da fraternidade e do amor.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PÁTRIA DE CHUTEIRAS

Voltando ao assunto "Pátria de chuteiras", alardeado pelo Dunga à epoca da convocação, torno a repetir que sou visceralmente contra esse tipo de discurso. Faz lembrar a fase da ditadura, quando o futebol era usado para a manipulação do povo. A verdade é que hoje não é muito diferente, só que o foco é outro. Não só o futebol, mas também os outro esportes são utilizados como ferramenta política. Os investimentos, ao contrário do que determina a nossa Constituição, são voltados para o desporto de alto rendimento e para a realização dos mega-eventos. A base, o desporto educacional, continuam a ver navios. O que serve também para rechear os cofres de muita gente. Superfaturamento, comissões e o cacete a quatro, rolam indiscriminadamente. Um exemplo foi a realização do Pan no Rio de Janeiro. Várias irregularidades foram apuradas pelos órgãos responsáveis pela fiscalização. Uma delas, veiculada na mídia, foi a descoberta de cerca de 250 aparelhos de ar condicionado ainda nas caixas sem uso. Isso ao final da competição. Mas a herança mais dolorosa foram os equipamentos que foram construídos e que se encontram subutilizados. Caso do parque aquático Maria Lenk, do Engenhão, do Ginásio Multiuso, etc.
Imaginem o que vai acontecer com a realização da Copa no Brasil! E das Olimpíadas! Enquanto isso a base...ora a base...

sábado, 3 de julho de 2010

AINDA A COPA

Embora seja contra esse papo de "Pátria de chuteiras" alardeado pelo Dunga, e visceralmente contra a propaganda que ele e seus comandados fizeram de uma determinada marca de cerveja, confesso que fiquei triste com a derrota da Seleção Brasileira para a Holanda. Mas o que me deixou mais triste ainda foi a gozação dos argentinos. Um jogo atípico foi a derrota de Gana para o Uruguai. Foi uma tremenda injustiça. Aquele tipo de penalty durante o tempo normal deveria ser considerado gol e o jogador expulso, a bola ia entrar. É diferente de um carrinho maldoso dentro da área sem risco iminente de gol. Gana merecia passar para a outra fase. Mas a vingança tarda mas não falha. E ela não tardou muito, só um dia. E que dia! A Alemanha tascou um "chocolate" na Argentina: 4 x O. Enfim, alegria! A seguir, outra injustiça. Com todo respeito à Espanha, o Paraguai merecia no mínimo ir para a prorrogação.
Demorou pra pintar algumas emoções nessa Copa...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

FUTEBOL MONÓTONO

Estou escrevendo este texto antes do jogo da Seleção Brasileira com o Chile.
Gripado, nariz congestionado, tal qual as defesas dos nossos adversários na África, estou sem dormir há alguns dias. Pelo menos, sem dormir um bom sono. Pra dizer a verdade, dei uma boa cochilada no jogo contra Portugal. O que eu quero dizer com isso é que os jogos da nossa Seleção têm dado tédio. Jogadores sem criatividade, com exceção do Robinho, os jogos têm sido monótonos. O que já era esperado quando o Dunga anunciou a convocação.
Eu não sei se o brasileiro está mal acostumado, mas a verdade é que ele gosta de espetáculo. E é possivel mesclar uma equipe cuidadosa, pragmática, com uma equipe arrojada, habilidosa. Até porque para furar as retrancas desta Copa, só através da habilidade. Imaginem se todas as equipes entrarem em campo para se defender. Com exceção de uma ou outra, de uma certa forma é o que está acontecendo.
Isso quer dizer que a seleção que se aproximar mais do equilíbrio terá mais chances de ser campeã. E também de ser lembrada e reverenciada no futuro, como foi a seleção da Copa de 1970, no México.

domingo, 20 de junho de 2010

VILÃO AMBIENTAL: ÁRVORE OU AUTOMÓVEL?

A Cetesb anunciou a instalação de uma estação para controlar a qualidade do ar, em tempo real, em Santos. Segundo aquela empresa, a decisão de um monitoramento mais rigoroso em nosso município deve-se à proximidade com Cubatão, cidade com uma alta concentração de ozônio. Na classificação do Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, Cubatão é considerada como “área saturada sério”, o nível mais alto.

É bom esclarecer que o ozônio na estratosfera protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol. Mas, quando inalado, pode causar câncer e outras doenças pulmonares. Sendo que um dos fenômenos que propiciam o seu surgimento é o contato do óxido de nitrogênio, expelido pelos canos de escapamento dos carros, com o terpeno, substância produzida pelos vegetais. É certo que alguns vegetais produzem menos terpeno, outros mais, bem mais. De acordo com os cálculos de um grupo de cientistas americano, a palmeira é a campeã. Produz cerca de 201,8 microgramas de terpeno por hora, contra 3,2 microgramas da bordô, por exemplo. O detalhe é que o terpeno por si só é benéfico, não causa nenhum mal. A prova é a ausência de ozônio nas florestas.

Mas o triste disso tudo é ver algumas revistas sérias taxarem as árvores como as grandes vilãs. Uma delas, em manchete de capa, diz que árvores aquecem o Planeta. Já o nosso presidente, em recente entrevista, afirmou que prefere os carros a álcool e à gasolina, estes sim os grandes vilões, aos carros elétricos. Por outro lado, virou moda o plantio de palmeiras nos municípios. E Santos não foge à regra.

Portanto, se não é possível diminuir a quantidade de carros ou substitui-los por carros elétricos, poderíamos escolher melhor as árvores que plantamos nas área urbanas.

domingo, 13 de junho de 2010

O TÉCNICO E ALGUNS JOGADORES DA SELEÇÃO BRASILEIRA PISARAM NA BOLA

Já estamos vivenciando a Copa do Mundo de Futebol, na África. À época da convocação da seleção brasileira, hesitei em fazer qualquer comentário. Talvez para não dar a impressão de ser do "contra". Mas não resisti. Na véspera da estréia da nossa seleção, resolvi manifestar a minha opinião.
Aqui mesmo neste blog, já comentei sobre o alcoolismo. Verdadeiro flagelo mundial. Poucas são as famílias que não têm um parente, próximo ou afastado, vítima do álcool. Eu mesmo já tive o meu avô, o meu pai e agora estou tendo o meu irmão. Sofrem as vítimas com a dependência alcoólica, sofrem as famílias e o Estado com os prejuízos emocionais, financeiros e sociais.
A força e a influência do futebol na sociedade já é muito forte. Em época de Copa do Mundo, muito mais. Principalmente entre crianças e jovens. Basta ver a febre dos álbuns de figurinhas da Copa. Um comportamento que é fomentado pela intensa cobertura da mídia. Paralelamente, e na mesma intensidade, aumenta o sentimento de idolatria em relação ao técnico e jogadores. Todos os seus atos têm muita influência entre aquelas camadas da sociedade.
É MUIIIITO TRISTE ASSISTIR O TÉCNICO DUNGA E OS SEUS COMANDADOS FAZER PROPAGANDA DE CERVEJA. Principalmente porque sabemos que todo o processo de dependência começa com a cerveja. Inclusive das drogas ilícitas. Todos pisaram feio na bola, o técnico principalmente.
Outro fator que depôs contra ele foi o discurso manjado da "Pátria de chuteiras". Exaltou o patriotismo na convocação dos seus comandados. Mas este já é um outro assunto...

sábado, 22 de maio de 2010

CUSTOS DA MÁQUINA PÚBLICA

Baseado ainda em despesas de 2006, a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE), desenvolveu um estudo que concluiu que a máquina pública custa muito para a sociedade brasileira. Cerca de 12% do PIB, contra 11% dos demais paises.
Infelizmente é assim no âmbito federal, estadual e municipal. Aqui em Santos, nos últimos seis anos, já foram feitas duas "reformas". Na primeira, na condição de cidadão e funcionário, antes do PL ser votado na Câmara, solicitei uma audiência pública à Comissão de Participação Legislativa. Na ocasião, argumentei que reforma sem plano de cargos, carreiras e salários, seria o mesmo que erguer um prédio sem alicerce. Faria ruir o serviço público. Situação que faz com que servidores de carreira, formados, pós-graduados, abram mão de princípios para beijar as mãos de políticos influentes em troca de cargos. O que acaba fazendo com que deixem de servir ao público para servir alguém politicamente. Uma outra situação é a nomeação de pessoas de fora do quadro, muitas das vezes sem nenhuma afinidade com o cargo, para chefiar aqueles mesmos profissionais de carreira.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

DIA MUNDIAL DA BIODIVERSIDADE

O que comemorar no Dia Mundial da Biodiversidade, diante das atrocidades cometidas em nome do crescimento econômico e após a tragédia ocorrida no Butantan?
Talvez a melhor resposta seja a indignação retratada em um excelente artigo escrito pelo biólogo e doutor em ecologia, Reuber Brandão, cujos trechos transcrevo a seguir.

"O incêndio no Butantan foi extremamente grave. Muito grave mesmo. Tão grave quanto seria um grande incêndio em um importante museu do mundo como o Louvre, o Metropolitan, o Guggenheim, ou o British Museum. Pode parecer exagero comparar uma coleção cientifica com o patrimônio cultural depositado nestes museus e muitas obras insubstituíveis são patrimônio cultural da humanidade. No entanto, acidentes assim são extremamente improváveis nestes museus, que contam com sistemas eficientes de proteção, estão em edificações adequadas e são tratados como patrimônio pela sociedade dos países onde se encontram".

"Não encontrei nenhum comentário do Ministro da Ciência e Tecnologia, nenhum comentário do Ministro da Educação, nenhum comentário do chefe do Poder Executivo. Talvez o fato não seja relevante o suficiente para atrapalhar o fim de semana destes ilustres senhores".


"Mas tenho certeza que, se o Museu do Futebol no complexo do Maracanã tivesse sido completamente destruído por um acidente, traria mais comoção e atenção que o revoltante acidente do Butantan".

domingo, 2 de maio de 2010

SANTOS, SANTO ANDRÉ E RODRIGUINHO

Hoje é dia de final do Campeonato Paulista de Futebol, Santos e Santo André disputam o título. Como bem falou o vereador Reinaldo Martins, na última sessão da Câmara Legislativa de Santos, parece até reedição dos Jogos Abertos do Interior antes da ascensão de São Caetano do Sul.
O Santos, com Neymar e Ganso, vem enchendo os olhos dos admiradores do futebol. Principalmente do futebol-arte, praticado com desenvoltura, alegria e criatividade. O Santo André de Rodriguinho não fica muito atrás. Também vem praticando um futebol insinuante, pra frente e com muita velocidade. A prova foi a primeira partida em que perdeu pela diferença de um gol.
Sou torcedor santista desde a época em que os treinos eram realizados no velho Urbano Caldeira, na Vila Belmiro. Quando não assistia de dentro do estádio, assistia da varanda do sobrado do meu tio Jorge. Ele morava na rua de trás, época em que o muro do estádio era baixo e se podia visualizar todo o campo.
Dali pude ver por que o Pelé foi o que foi. Era o primeiro a chegar para os treinos e o último a sair. Quantas vezes, ao término do coletivo, via os outros jogadores sairem feito balas em direção ao vestiário. O Negão, não. Continuava treinando os goleiros com cobrança de penaltys, faltas, chutes com a bola em movimento e o escambau. O Atleta do Século estava um século à frente dos demais.
Mas devo confessar que hoje estou meio que dividido. Torço para o Santos mas também torço para o Rodriguinho. Ainda garoto treinou comigo, assim como o seu irmão Sandoval. Um menino de alma pura e de bons princípios. Não foi nenhuma surpresa para mim ele ser elogiado pelo Datena e pelo Neto em um programa na televisão. Foi questionado sobre os convites de outros times, quando respondeu que havia pedido para o seu empresário desconsiderar todos eles. Naquele momento ele só queria se dedicar ao time que o havia prestigiado.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O MILAGRE DA VIDA















"Renato carrapato...cabeça de sapato...se não marchar direito, vou jogar você no mato...um, dois, feijão com arroz...três, quatro, feijão no prato..."

A musiquinha acima foi a primeira lembrança que me ocorreu quando recebi a triste notícia do acidente de motocicleta que tirou a vida do meu saudoso e querido sobrinho, Renato. Criança ainda, quando me via começava a marchar e a cantarolar a musiquinha. Doce lembrança de uma doce infância lúdica e de muito afeto.
O tempo passou e o Renato cresceu em todos os sentidos. Da altura, quase dois metros, à compaixão e à empatia que nutria pelos amigos e parentes. Renato era meigo e não escondia os seus sentimentos. Qualidades adquiridas pela doce infância vivida.
Mas quis o destino que ele nos deixasse aos vinte e quatro anos de idade. E que deixasse também sementes de bondade espalhadas por onde passou. Porém, a maior herança que deixou foi uma semente que germinou, eclodiu e floresceu da sua Dani. Nasceu a Renatinha. Brotou, chorou e sorriu! Fez chorar e fez sorrir! E mamou...
Saudades e felicidade se confundiam, eram um sentimento só...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

HUMANIDADE CONFINADA

Freud tinha razão, não dá para ser feliz sem ser livre, sem ser autêntico. Sentir e expressar o que se sente é muito difícil, mesmo numa democracia. A humanidade vive enjaulada, amordaçada e submissa. Seja por interesse próprio, por imposição religiosa, política ou financeira. Seja lá o que for, só o que faz é aumentar a tristeza, a tensão e a frustração.
Conheço pessoas que se submetem, se humilham, em troca de cargos. Outras que sustentam relações desgastadas em função da tradição ou do julgamento dos amigos e familiares. Há ainda aquelas que mansamente seguem, tal qual sombras, são verdadeiras marionetes. Estas são presas fáceis para os líderes de plantão, sejam eles religiosos ou políticos.
Faço aqui uma reflexão para que possamos entender bem este fenômeno. Um exemplo é uma decisão tomada sobre um assunto que vem sendo adiado há muito tempo. A sensação é de conforto, de alívio. Outro, é a expressão dos sentimentos contidos. É muto difícil expressar os próprios sentimentos. É mais fácil se fechar, blindar as emoções e sofrer todas as consequências.

domingo, 11 de abril de 2010

AS PRAÇAS JÁ NÃO SÃO MAIS DO POVO

Em que pese o Código Civil determinar que as praças são de uso comum do povo, em Santos é diferente. É isso mesmo. Praças que deveriam ser os pulmões verdes, os respiradouros da cidade, locais tranquilos para amenizar o impacto causado pela extrema impermeabilização e verticalização, são cada vez mais cedidas para igrejas, escolas, equipamentos esportivos e agora para uma base da Polícia Militar. A Praça Rebouças, na Ponta da Praia, que já é ocupada por equipamentos esportivos, uma secretaria e uma policlínica, terá o posto policial lá existente ampliado e transformado numa verdadeira base. Embora a trezentos metros dali, no Canal 6, esteja situado o 6” Batalhão da Polícia Militar.

Não conheço nenhuma pesquisa, mas fica a sugestão para que se faça um levantamento das praças que foram descaracterizadas. Que perderam árvores para a construção de equipamentos que são necessários, mas que deveriam ter os seus locais apropriados. Pelo menos deveria ser assim numa cidade planejada, organizada e administrada para a qualidade de vida da população.

sábado, 27 de março de 2010

MONOPOLIZAÇÃO DOS ALIMENTOS

A desigualdade, a fome. A cena é sempre a mesma. Enquanto isso, a produção e a distribuição de alimentos está cada vez mais nas mãos de um número cada vez menor de corporações. Produzem e distribuem aquilo que eles querem que você coma, pelo preço que lhes interessa. Aniquilam os pequenos agricultores, os pequenos comércios e escravizam os trabalhadores de ambas as pontas. No campo é comum o trabalho escravo ou o desemprego pelo uso da tecnologia adotada na monocultura. Na cidade, a predominância das grandes redes de atacadistas, além de acabar com os pequenos comerciantes, restringe o leque de opções do consumidor.
Gostaria de saber se os empregados dessas grandes redes têm sindicatos? Ouve-se falar de mobilizações de bancários, de industriários e de outros "ários". Nunca ouvi ou assisti qualquer mobilização por melhores salários, melhores condições de trabalho para os funcionários das grandes redes de distribuição de alimentos. Em conversa com alguns, soube que eles chegam a perder a noção do tempo livre. Tornam-se escravos do trabalho na mesma proporção em que nos tornamos escravos dos supermercados.
Voltando para a produção, o problema é tão sério que as sementes também estão se tornando propriedade privada de um pequeno grupo de empresas. E pior, sementes modificadas geneticamente para resistir ao veneno produzido por essas mesmas empresas. Isso quer dizer que o agricultor sente-se obrigado a comprar as tais sementes transgênicas, a pagar royalties para a empresa produtora, e de quebra ainda tem de comprar o defensivo agrícola(veneno). Como a semente é resistente ao tal veneno, ele pode aplicá-lo à vontade. MATA TUDO, EU DISSE TUUUDO, MENOS AQUELA PLANTA.
E tudo isso com a anuência dos nossos (des)governos.

sexta-feira, 26 de março de 2010

PRAÇAS PRIVATIZADAS

O Código Civil, no seu Artigo 99, é claro: rios, mares, estradas, ruas e praças são bens públicos de uso comum do povo.
O município de Santos, infelizmente, tem se caracterizado por ceder suas praças para a construção de escolas, igrejas, equipamentos esportivos e agora sede do Batalhão da Polícia Militar. Embora na Praça Rebouças, no bairro da Ponta da Praia, já exista um posto da Policia Militar e o Quartel do 6" BPM ficar a menos de 300 metros, na Av. Joaquim Montenegro, no Canal 6.
A verdade é que as praças, principalmente numa cidade onde predomina o concreto e o asfalto, extremamente verticalizada, têm de ter árvores. Devem ser os respiradouros da cidade. Verdadeiros pulmões verdes.

terça-feira, 23 de março de 2010

PRODUTOS GERADOS PELA NATUREZA

O Brasil está tentando negociar o preço do minério de ferro com a China. É sempre assim com os produtos primários, os países produtores acabam se submetendo ao mercado externo. Se os preços caem, acabam exportando mais para compensar. O que acaba agredindo e exaurindo ainda mais o meio ambiente.
Há uma grande diferença nos custos dos produtos gerados pela natureza dos produtos gerados pela indústria. Os primeiros têm um custo praticamente zero. Portanto, são muito explorados por países detentores de vastos recursos naturais para manterem seus fluxos comerciais com o exterior. O que acaba degradando o meio ambiente, exaurindo as reservas e deixando o país produtor sem alternativas. Principalmente se não investiu os recursos arrecadados na recuperação ambiental e no desenvolvimento científico e tecnológico.
Um exemplo foi o projeto de exploração de manganês, na década de 70, na Serra do Navio. Das 35 milhões de toneladas de reserva, mais de 90% foram destinadas para o exterior. Na década de 90 as jazidas se esgotaram, o modelo de desenvolvimento acabou. Como estará a Serra do Navio agora? Do que sobrevive? É assim com a madeira, com o minério e com o petróleo. Só degradação ambiental e social. Enquanto isso, países sem nenhum recurso natural que investem em ciência e tecnologia vão de vento em popa.
É o caso do Japão, por exemplo.

segunda-feira, 22 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

ROYALTIES DO PRÉ-SAL

Está havendo uma acirrada disputa entre os municípios que vão se beneficiar dos recursos do pré-sal. Naturalmente, uns querendo receber mais royalties que outros. O que não recrimino. O que me preocupa é o que será feito com esses recursos. Se é que esses recursos virão. Afinal, segundo os especialistas, o petróleo está há quilômetros de prufundidade.
Estudos coordenados pelo Prof. Cláudio Dantas, do Departamento de Economia da Universidade Estadual Paulista(UNESP), apontam que os royalties não melhoraram a vida da população nos municípios produtores. “Resultado da falta de planejamento destes municípios para a utilização dos recursos”, diz o professor.
O estudo cita os municípios que mais recebem royalties, Campos e Macaé, no Rio de Janeiro, como exemplos deste fenômeno. Ambos os municípios só vêm acumulando problemas nas áreas da saúde, da habitação, da educação e na área ambiental. O professor complementa que os recursos acabam indo para o ralo, através da contratação de funcionários e para a corrupção.
Embora todos os municípios tenham secretarias ou diretorias de planejmento, quantos deles já elaboraram programas para a utilização desses recursos?

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

No Dia Mundial da Água, não posso deixar de falar dos chuveiros da orla das praias de Santos. Chuveiros que servem para as crianças brincarem, para dar banho em cachorro, para lavar bicicletas e motocicletas, para lavar as cadeiras dos ambulantes e das barracas de praia e até para tomar banho. Somando-se ainda aqueles que se quebram e ficam vazando direto. Um verdadeiro absurdo com o bem mais precioso do universo.

Lembro que no ano de 2003 foi anunciado um projeto de reutilização da água dos chuveiros da praia. À época,foi anunciada a economia de milhões de reais e de litros de água. A seguir,o governo municipal não hesitou em afirmar que estava fazendo a parte dele, solicitando que a sociedade fizesse também a sua parte.

O tempo passou, já se foram sete anos, e o projeto de reuso da água dos chuveiros caiu no esquecimento. Embora saibamos e reconheçamos a importância de se economizar água, os abusos continuam acontecendo, principalmente na temporada ou em feriados prolongados. O interessante é que tanto o Conselho Municipal do Meio Ambiente quanto à SABESP não se pronunciam a respeito.

domingo, 14 de março de 2010

ESPAÇO URBANO X NATUREZA

O espaço natural no espaço urbano sempre foi algo inconcebível para os nossos governantes. Para eles, a cidade sempre foi um lugar oposto à Natureza. Um espaço onde só cabem as suas obras. Refiro-me aos edfícios, avenidas, escolas e igrejas. Estas últimas já vêm ocupando as nossas praças faz tempo. Praças que deveriam ser exclusivas para o plantio de árvores. Praças que deveriam ser os pulmões verdes da cidade, sonho de Saturnino de Brito.

O sentimento de que tudo o que é natural só atrapalha sempre foi muito forte. E pior, este comportamento sempre esteve muito presente na sociedade. As pessoas se incomodam com as folhas nas calçadas, com as fezes dos pássaros manchando os seus carros ou com as solas dos sapatos sujas de barro. Esqueceram ou não têm consciência de que fazem parte da Natureza. Não percebem que os elos quebrados desta grande teia natural está acabando com a vida na Terra. Inclusive com a vida humana.

sábado, 13 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A origem do Dia Internacional da Mulher se deu em homenagem às mulheres que morreram reivindicando seus direitos. Foram cerca de 130 tecelãs, operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque, que exigiam melhores condições de trabalho. Isso em 1857. Para se ter uma ideia, apesar de trabalharem 16 horas por dia, ganhavam 1/3 do salário dos homens. Foram reprimidas com violência, trancadas dentro da fábrica que foi incendiada. Todas morreram carbonizadas.
Mas foi somente em 1910, em uma Conferência na Dinamarca, que foi decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher". Porém, só foi oficializada pela ONU em 1975. Infelizmente, ainda hoje, muitas mulheres continuam tendo suas pretensões e seus sonhos "carbonizados" por uma sociedade extremamente castrante. Portanto, a data não é só para comemorações. Serve para refletirmos e agirmos contra os desmandos que ainda persistem. Principalmente dentro do lar...

sábado, 6 de março de 2010

LIBÉLULA

Quando se ouve falar em extinção de algumas espécies de animais, os primeiros que vêm à mente são o tigre-de bengala, a baleia e o mico-leão-dourado. Existem até canais de TV com programas específicos mostrando campanhas de preservação desses animais. Por outro lado, o que ninguém comenta e TV nenhuma mostra é a extinção dos insetos. Estes, são tão ou mais importantes para o meio ambiente do que os animais de maior porte. Um exemplo é a libélula. Predadora voraz de insetos menores, principalmente de mosquitos, está praticamente extinta, principalmente nas cidades.

Frequentando o mesmo habitat do mosquito da dengue, a libélula deposita os seus ovos na água. Após eclodirem, surgem as larvas que se alimentam basicamente de outras larvas. Inclusive das larvas de mosquito. Ao se transformarem, tornando-se aladas, a voracidade das libélulas só aumenta. E os mosquitos continuam sendo a sua principal fonte de alimentação.

A desvantagem é que elas dependem também da vegetação e não suportam a poluição. São atraídas pela crotalária, uma espécie de flor amarela que nasce em arbustos. Outra espécie de vegetal, este não atrai a libélula mas repele o mosquito, é a citronela, muito parecida com a erva-cidreira.

Sem o seu principal inimigo, além dos sapos e dos peixinhos, a quantidade de mosquitos só tende a aumentar. Fenômeno que é agravado pelas precipitações de chuva cada vez mais intensas. Consequência do calor escaldante que faz evaporar mais rapidamente quantidades cada vez maiores de água. Criando assim o ambiente ideal para a sua proliferação.

Ou seja, a conclusão que se chega é a de que o agravamento e o aumento dos casos de dengue são consequências das intervenções do homem na natureza.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ÁRVORES TAMBÉM SÃO SERES VIVOS

Santos carece de árvores. Com exceção dos morros, não sei até quando, o restante da área insular do município está muito aquem da quantidade de área verde sugerida pela OMS, que é algo em torno de 15m2 por habitante. Na maioria dos bairros, a quantidade de área verde gira em torno de 1m2 por habitante. E as raras árvores existentes, basta um olhar mais atento, estão muito maltratadas. Em alguns pontos de táxi, pregos são fincados em seus troncos onde são pendurados sacos de lixo. Outras têm seus troncos pintados com cal. Existem aquelas que têm suas raizes cortadas nas reformas das calçadas e os espaços de terra que as circundam cimentados. Podas feitas com ferramentas inadequadas e fora de época. Árvores plantadas em covas rasas e sem a proteção de gradis. E existem também, infelizmente muitas, aquelas que sofrem a agressão mais brutal dos órgãos públicos, a poda em "V". Na realidade não é uma poda, é uma ação mutilatória por causa da rede de distribuição de energia.
Dizem que as árvores prejudicam a rede elétrica. Na realidade elas é que são as prejudicadas. Existe um sistema denominado de "rede compacta", cujo objetivo é agrupar em um só cabo todo aquele calhamaço de fios da rede convencional. Com isso a poda fica reduzida a um pequeno orifício por onde passa o cabo. Segundo os especialistas, além de evitar o processo mutilatório e extremamente danoso para o vegetal, os custos da manutenção da rede compacta é bem inferior ao da rede convencional.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

INFELIZMENTE O BUTÃO NÃO É AQUI

O Butão, um pequeno país localizado entre a China e a África, ao invés do PIB(Produto Interno Bruto), adotou a FIB(Felicidade Interna Bruta). Para isso mantém quase a metade do seu território preservada. Eles acreditam que todos os seres vivos se relacionam. E que após a morte, cada um deles retornará com uma outra forma. A ave na forma de humano, o humano na forma de ave, e por ai vai...Por isso também cuidam e preservam todos os seres vivos. Afinal, dizem eles, não sabemos se um animal maltratado ou abatido poderá retornar no lugar de um membro da nossa família. Para se ter uma ideia da preocupação da populaçào com a questão ambiental e com os animais, uma pequena comunidade não aceitou a energia elétrica convencional porque os fios poderiam atrapalhar o voo de uma espécie de garça daquela região. Resistiram sem a energia elétrica convencional por um bom tempo até a chegada da energia solar.

FEZES SÃO FEZES

Por que as pessoas insistem em jogar as fezes dos seus cães ao lado das árvores e dentro dos canais? Mesmo recolhendo e jogando na lixeira, elas vão parar no aterro sanitário. Alguém tem ideia da quantidade de cães existente? Imagino que esteja se equiparando a de humanos. Consequentemente a quantidade de fezes é quase a mesma. Fezes são fezes. O que aconteceria se as fezes humanas fossem descartadas ao lados das árvores, nos canais ou que fossem parar no aterro sanitário? A grita seria geral. Não seria mais interessante recolher dos animais, levar para casa, jogar no vaso sanitário e acionar a descarga? Poucos sabem que a autonomia de voo de uma mosca é de aproximadamente 2 Km. Portanto...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ÁGUA

Não faz muito tempo, o então primeiro-ministro inglês, Tony Blair, veio a público pedir para que os cidadãos ingleses economizassem água. Fez até uma sugestão que soou estranha aos menos acostumados aos rigores da economia. Sugeriu que as pessoas não acionassem a descarga após um simples xixi.
Estamos vivenciando mais uma temporada, época em que os chuveiros das praias de Santos são utilizados intensamente. E todo ano é a mesma coisa. Chuveiros quebrados com a água jorrando horas a fio, barraqueiros enchendo barris imensos, crianças acionando os chuveiros a todo instante para brincar, pessoas lavando pranchas, roupas, bicicletas e até motocicletas, etc.
Era um sábado, três crianças brincavam com a água dos chuveiros instalados em frente à feira de artesanato na Praia do Boqueirão. Fiquei ali observando durante uns quinze minutos. A seguir, dirigi-me às mães das crianças abordando o assunto com educação. A resposta veio direta e questionadora: Qual é o problema? O que o senhor tem a ver com isso? Diante da reação, procurei um guardião e relatei o caso.
Estamos falando do bem mais precioso do universo, a água. A questão é definir até que ponto é justo utilizar agora recursos que podem comprometer as futuras gerações.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

FATO MARCANTE DE 2009

Alguns fatos marcaram o ano de 2009. Um deles, embora pareça irrelevante, despertou a minha atenção. Trata-se de um documento apresentado pelo vereador José Lascane em uma das últimas sessões de 2009 da Câmara Legislativa de Santos. Poderia ter sido mais um documento em meio às centenas, milhares que são apresentados anualmente. Mas não foi. O vereador, visivelmente emocionado, referiu-se às podas realizadas em algumas árvores do bairro da Vila Belmiro. Comentou que foram destruidos vários ninhos de pássaros, cujos filhotes tinham sido esmagados pelas rodas dos próprios caminhões que estavam realizando o serviço.
Cabe aqui algumas ponderações. Certamente não foi um ato premeditado de crueldade. Ninguém em sã consciência exterminaria a vida de seres vivos. Refiro-me às árvores e aos pássaros. Tão seres vivos quanto os cães, gatos e humanos. O que ocorreu foi consequência da mais absoluta incompetência e ignorância, pois esta não é uma época propícia para podas. Estamos numa época em que as árvores estão florescendo e frutificando e os pássaros se aninhando e se acasalando. O período indicado é o do inverno. Para facilitar a memorização, os especialistas recomendam que é só lembrar dos meses que não têm a letra "r" em seus nomes. Recomendam também que as podas sejam feitas com as ferramentas adequadas e com a aplicação de produtos que protejam a árvore de agentes nocivos.
É o mínimo que podemos fazer pela quantidade mínima de árvores que temos.