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domingo, 19 de setembro de 2010

DESORGANIZAÇÃO E FRAUDES NAS CORRIDAS DE RUA

Três corridas de rua seguidas, as três com problemas na organização. Começou pela Corrida da Tia Jô, realizada em 05/9, em Cubatão. Fartura de frutas, água e isotônico, quanto a isso não houve reclamação. Quanto à premiação, também não. Além de medalhas e troféus, houve premiação em dinheiro e o sorteio de uma motocicleta zero, uma bicicleta e vários brindes. Alguns problemas ocorreram no percurso, porém, o maior problema deu-se com a ausência da exigência de identificação dos atletas inscritos, no momento da entrega dos kits. Quem se inscreveu pela internet teve acesso à relação de inscritos. Alguns, percebendo que a categoria estava forte, iscreveram-se em outra mais fraca. Depois pegaram o kit com o recibo de depósito. Simples. O que comprova que a teoria de "Gerson" é verdadeira.
Já no outro domingo, 12/9, os problemas ocorreram na meia maratona da Praia Grande. Maridos, amigos e colegas de equipe correram no lugar de outra pessoas. E ostentando o numeral de identificação, na maior cara dura. A realidade é que esse tipo de fraude vem se tornando cada vez mais frequente desde o advento dos chips e a retirada do pódio das categorias. O certo era continuar com o pódio e exigir a presença de todos no momento da premiação. Ficaria mais fácil a identificação dos corredores. Quanto ao lanche, uma banana literalmente para cada corredor.
E neste domingo, 19/9, problemas em profusão ocorreram na Corrida Ecológica da Ilha Porchat, no município de São Vicente. Os problemas foram tantos que fica difícil relacioná-los. Mas não é difícil encontrar os responsáveis. No caso, a Prefeitura de São Vicente e a Federação Paulista de Atletismo, além, naturalmente, do promotor. Para permitir um evento, e este já foi o quarto do mesmo organizador, o Poder Público tem de se cercar de todos os cuidados. Se permitiu e não tem a certeza do sucesso, como mostram os antecedentes, tem de arregaçar as mangas e fazer junto. Ou então não dê a autorização. Tem de ter posicionamento...Responsabilidade.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CASO NEYMAR

O Felipão estava certo, tinham que ter vendido o atacante. Perderam a oportunidade de arrecadar uma boa grana. Por outro lado, inflacionaram o mercado e aumentaram ainda mais o abismo social existente. Esse é o futebol que chamam de esporte. Que afasta os jovens dos estudos, a maioria se frustra, sonhando jogar futebol. Consequentemente afasta também de outros esportes. E com esse ti ti ti de Copa do Mundo, a farra com o dinheiro público já começou. E mais, já tem estados e cidades pobres reformando estádios com o sonho de receber alguma seleção pra treinar. Recursos gastos que seriam melhor aproveitados na saúde e na educação. Sem contar o que é desviado. E a Olimpíada? Qual é o trabalho de base que temos? É só festa com o dinheiro do povo. E evento, festa, tem de ser a coroação de um trabalho de base sério. Que envolva as escolas, as universidades, empresas e poder público. Na realidade o esporte deveria ser alvo de programas governamentais, e não moeda de troca política. E das mais chinfrins...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SEMANA DO DEFICIENTE FÍSICO

O Governo Municipal de Santos revogou a lei que criou a Semana do Deficiente Físico. Uma das justificativas é a de que as datas comemorativas já estão ficando em desuso. Já não têm mais o brilho de antigamente. Outra justificativa é a de que os deficientes físicos devem exercitar a sua cidadania todos os dias. E não ficar dependendo de uma data específica.Ora, já não se comemora a Semana da Pátria como antigamente. O Dia 7 de setembro já não tem o charme de outrora, mas nem por isso a lei que oficializou a data será revogada. Outro exemplo foi a sanção pelo Prefeito da lei que criou a Semana da Juventude. Os jovens também não têm de praticar a cidadania todos os dias? A Semana da Juventude também não irá entrar em desuso?
Acredito que a administração pública, tanto o Executivo quanto o Legislativo, perderam a oportunidade de dar um novo enfoque à Semana do Deficiente, direcionando as atividades para as famílias das crianças com deficiência. Informando para estas famílias dos programas de inclusão existentes, com o intuito de sensibilizá-las da importância da participação dos seus filhos nestes programas. Eu não tenho a menor dúvida de que a maioria destas crianças encontra-se reclusa em seus lares. Ou por preconceito dos pais, ou por ignorarem a existência dos programas de inclusão. E não é difícil chegar a esta conclusão. Basta um olhar mais atento para percebermos que só vemos adultos com deficiência nas ruas. Não sendo diferente nas escolas e nos locais onde existem atividades adaptadas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

CARGA TRIBUTÁRIA E A INÉRCIA DA MÁQUINA PÚBLICA

Segue abaixo um trecho do artigo esclarecedor do Prof. Dr. Ives Gandra Martins, publicado no Jornal Mundo Lusíada. Assuntos que poderiam e deveriam estar sendo debatidos pelos atuais candidatos.

Estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, colocam o brasileiro como o terceiro cidadão no mundo que mais paga impostos. São destinados 148 dias, dos 365 dias do ano, para pagar impostos. Só perdemos para a França e para a Suécia. Com um detalhe, nestes países a carga tributária corresponde a excelentes serviços públicos. Enquanto aqui, a carga elevada corresponde a péssimos serviços.

Um outro estudo feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, divulgado quase que simultaneamente ao do IBPT, mostra que o servidor público no Brasil é um dos mais altamente remunerados no mundo. O que cria uma casta privilegiada daqueles que deveriam estar servindo à sociedade. No mesmo relatório, a OCDE mostra que a gestão do serviço público no Brasil é das piores do mundo. Ao invés de adaptar a máquina estatal para prestar melhores serviços, só que se faz é inchá-la.

Explica-se assim a baixa competitividade do Brasil, ocupamos a 38” colocação. A máquina inchada por servidores, a maioria não concursada, cria mais entraves que facilidades para o desenvolvimento do país. O Banco Mundial, numa relação de 175 países pesquisados, colocou o Brasil em último lugar nas exigências burocráticas que são feitas ao cidadão. Enquanto um empresário americano ou alemão perde em torno de 100 a 350 horas por ano para atender exigências burocráticas-tributárias, no Brasil, o empresário perde em torno de 2.600 horas. Até na Nigéria, país que está entre aqueles em que a corrupção é elevada, o empresário perde cerca de 2.100 horas, menos que no Brasil”.

Não é mera coincidência qualquer semelhança com a Lei de Parkinson.

sábado, 4 de setembro de 2010

OS CACIQUES DA TRIBO TAUIL

As lembranças que eu guardo dos meus tios são as lembranças da minha infância e de parte da minha juventude. A tia Alice(Glória), a mais velha, era quem dava as ordens, quem comandava. Lembro de algumas broncas que ela dava em meu pai(Jamil) e nos outros irmãos. Ela era alfaiate. Na época, uma das poucas, senão a única mulher alfaiate. Uma das travessuras que fazíamos, eu e meu primo Paulo, seu filho, era transformar seus alfinetes em anzóis e pescar no aquário de um vizinho.
Já o tio Elias era mais compenetrado, mais sério. Não esqueço de uma passagem em que eu estava sobre uma pilha de caixotes brigando com um vizinho. Entre nós dois, um muro cheio de cacos de vidro. Do lado de lá, sobre uma escada, o moleque tascava lama em mim. E do meu lado, sobre os caixotes, eu tascava água nele com uma mangueira. Não deu outra, ele acertou em cheio o meu rosto. Ao tentar me desviar, os caixotes balançaram e cairam. Instintivamente estendi o braço esquerdo para me segurar no muro. Cheio de vidro, fiquei pendurado por um caco enterrado na palma da minha mão. O tio Elias, que morava ali perto, veio me socorrer, enquanto a mulherada gritava. Ele tinha sangue frio.
O tio Lole(Jorge), meu padrinho, morava em um sobradinho ao lado do estádio do Santos F.C. Época em que os muros do estádio eram baixos e podíamos assistir os jogos da sacada da casa dele. O sobradinho está lá até hoje. Outra lembrança é a da praia. Bom nadador, ele me colocava nas costas e se lançava ao mar. Eu ali, agarrado em seu pescoço como se fosse o pescoço do Tarzan. Foi também o primeiro da família a ter um carro. Um chevrolet preto. Foi nele que fiz a minha primeira viagem a São Paulo. Fomos assistir, Santos 1 x 1 Palmeiras, no estádio do Pacaembu. Depois do jogo, fomos conhecer a Av. Paulista. Senti uma grande emoção ao pisar naquele asfalto e ver todos aqueles prédios. Morava em rua de terra e casa de madeira, aquilo pra mim era sinônimo de desenvolvimento. Estava enganado. Hoje eu vejo por que a maioria dos nossos governantes, também daquela época, gostam tanto de concreto e asfalto.
A tia Olga(Maria) foi a minha madrinha. Lembro do seu olhar amoroso e da sua comida saborosa...rsrs...Principalmente da "dobradinha". Moleque esperto, comentava com a tia Dulce, muher do tio Lole, da "dobradinha" deliciosa da tia Olga . Não dava outra, ela tentava preparar uma "dobradinha" ainda melhor e me convidava pra almoçar. Depois era só elogiar a "dobradinha" da tia Dulce pra tia Olga e aguardar também o convite pro almoço. Eu provocava a competição e me aproveitava. Mas era por uma boa causa...E um bom rango...rsrs...
Agora o tio Nelson, o grande "Paiação", foi se juntar a eles. Foi bater a sua bolinha em outros campos. Ele era canhoto e tinha uma certa habilidade no futebol. Outra habilidade era a da comunicação. Teve programa de animação em uma rádio. Isso na época dos auditórios e programas ao vivo e com platéia. Foi diretor do Clube de Regatas Santista, onde costumava promover e animar eventos para crianças. E com elas ele era feliz. Tinha a ousadia de brincar junto. Com a natureza e a infância sendo extintas pelos adultos, o "Nersão" vai fazer falta.