No processo de produção de bens ou de prestação de serviços, o objetivo final é a satisfação do cliente. Se ele está satisfeito ou não com o que lhe é oferecido, se atende ou não às suas expectativas, são as preocupações permanentes do fabricante ou do prestador de serviços. No setor privado, a globalização da economia e o aumento da competitividade faz com que a preocupação com a qualidade aumente na mesma proporção. A ponto do cliente ser estimulado a participar do processo de produção de bens ou de serviços prestados. E na busca da excelência, torna-se natural a eliminação de gastos supérfluos e a valorização da competência profissional.
Se no setor privado é assim, no setor público deveria ser igual. Mas não é. Um dos motivos é o faturamento. Não depende da vontade do cliente. Ele é literalmente imposto. Tampouco depende da qualidade dos serviços. A pirotecnia e a maquiagem prevalecem. E a concorrência, papel que deveria ser exercido pela oposição, não existe mais ou não resolve absolutamente nada. No fundo, no fundo, todos querem o mesmo. Sobra então para um ou outro político, comprometido com a ética, bradar no deserto. O que é insuficiente.
Com um campo tão fértil assim, a preocupação com despesas supérfluas no setor público é inexistente. Da mesma forma que a competência e a ética também não contam na valorização do funcionalismo. O que conta é a subserviência. A capacidade de abrir mão de príncipios para poder servir a alguém e não ao público. Fenômeno que acaba ferindo também a Constituição.
"...um servidor público não deve servir a alguém, a um senhor. Deve servir ao público. Uma coisa tão singela, mas tão esquecida..." (Ministra Marina Silva)
Um comentário:
É meu caro Ibrahim, esse é o preço do emprego com concurso, não se mede competência, não se cobra produtividade, e nem se faz reciclagens.
Enquanto o Brasil mantiver esse nível de política pública estaremos a mercê desse tipo de serviço que recebemos.
Pois a primeira coisa que um servidor público faz quando um contribuinte "pega mais pesado" com ele é mostrar o quadro onde se tem uma cópia da lei que diz que destratar funcionário público é crime.
Agora contribuinte "pagar" para ter um atendimento péssimo e não ter a quem reclamar , isso não é crime, são "circunstâncias administrativas".
Esse Brasil não tem mais jeito.
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