No mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o meio político é que deve ser o principal alvo das atenções. Muito mais ainda em um ano eleitoral. A velha briga entre ambientalistas e governantes, quase sempre radicalizada, precisa dar vez a um entendimento. Juntar forças, experiências, em busca de um desenvolvimento sustentável, é o que se espera. Até por que o velho modelo que substitui matas naturais por lavouras e pastos tem se mostrado ineficiente. À medida em que destrói a biodiversidade, desequilibra. E à medida em que desequilibra, destrói mais ainda com agrotóxicos.
Por outro lado, já existem cálculos estimados dos prejuízos que o aumento da temperatura causará às lavouras e à pecuária. Para ambos os casos, a solução pode estar na tecnologia e no sombreamento feito pelas árvores. Ou seja, a árvore que sempre foi um obstáculo, alvo de destruição, torna-se a solução.
O problema é que o novo ministro do Meio Ambiente assinou uma portaria liberando recursos para produtores rurais de 100 municípios que destruiram fortemente os biomas amazônico e do Cerrado. Ironicamente, atendendo uma das reivindicações do governador Blairo Maggi. O Ministro afirma que as restrições só valem para as florestas. O que quer dizer que no Cerrado vale tudo. É triste, mas é a realidade.
O fato só vem provar a balela que são os programas governamentais. Um exemplo está no organograma de uma administração pública. Ali, todos os setores estão em um mesmo nível. Pelo menos no papel sobre a mesa, todos eles têm a mesma importância. Na prática, a realidade é outra. A verticalização existe e é explícita. O Meio Ambiente, assim como o Esporte e o Turismo, não têm a importância dos demais.
Com as eleições municipais à porta, a responsabilidade da mídia tem que se fazer presente. Assim como a sensibilidade e a responsabilidade do eleitor. Exigir dos candidatos programas consistentes para esses setores, é o mínimo que podemos fazer. E programas dotados de metas e prazos a serem atingidos. Até por que, no âmbito municipal, a questão ambiental é muito mais presente e abrangente. Além da importância de um programa de arborização bem elaborado e executado, há necessidade do mesmo ser feito em relação ao lixo, ao transporte público, à fiscalização do descarte de resíduos tóxicos feito pelos navios, ao consumo exagerado e à qualidade da água que consumimos, às invasões de encostas de morros e de áreas de mangue, etc.
Que Deus ilumine a todos nós!
4 comentários:
Ibrahim, eu gostaria de ter um E-Mail seu para te enviar um vídeo sobre a amazônia, é parte de uma entrevista feita com Orlando Villas Boas há algumas décadas atrás, falando sobre demarcação de terras indigenas.
O vídeo é precioso, as previsões feitas por ele se tornam estarrecedoras a partir do momento em que vemos as demarcações feitas pelo governo em áreas indigenas.
Abração
Fernando
ferdcarv@terra.com.br
Frnando
Mais uma vez, obrigado pela participação.
ibrahimtauil@gmail.com
Oi amigo
Lendo "atrasada" mas hiper de acordo. É assim... cortam-se as árvores em nome de necessidades econômicas, progresso (para alguns claro!) e, mais tarde (por vezes bem mais), precisaremos gastar em tecnologia, trabalho, para as replantar porque "os olhos na época não estavam voltados para a eternidade". Somos uma humanidade muito limitada em nossas percepções! Parabéns para ti que vês mais longe!
Um abraço
teresa
Ôpa, Teresa! A tua presença, junto com a do Fernando, só enriquece este espaço! E eu fico muito honrado!
Sem medo de errar, tu estarías em qualquer programa ambiental de verdade. E de qualquer governo. Como não existe, o que existe é de mentira, competência não conta...
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