O editorial do jornal A Tribuna, logo após os resultados das eleições, foi sintomático. Evidenciou que uma das funções do Legislativo, dentre outras, é a de fiscalizar o Executivo. Por outro lado, é preocupante quando um dos principais líderes políticos da região exalta a unanimidade que foi o seu governo. Em São Vicente, caso único no Brasil, não existe oposição.
Ora, todos sabem que o apoio nessa relação só acontece com a barganha de cargos. O vereador torna-se responsável pela nomeação de cargos importantes em determinados setores do Executivo. Prática que, embora controversa, seria minimizada se os objetivos tivessem uma orientação partidária. Naturalmente, com os partidos organizados e imunes ao caciquismo reinante. O problema é que os objetivos perseguidos são outros. Buscam os interesses pessoais do político.
Em função dessa prática a máquina incha, torna-se lenta, burocrática e muito, mas muito cara. O que acaba propiciando o suborno e a corrupção. E os exemplos são vários, principalmente no âmbito federal. Tudo em função da unanimidade burra. Prática, infelizmente, cada vez mais disseminada e que só enfraquece a democracia.
Diante das várias crises pelas quais passamos, inclusive da crise financeira mundial, cabe uma análise sobre custos e benefícios dessa prática autofágica. Principalmente às vésperas de novos mandatos.
Um comentário:
Ibrahim.
Não existe oposição no Brasil, existe o partido que está no poder e os que se favorecem dele apoaindo toda e qualquer anomalia que possa sair da cabeça de algum legislador, ou administrador.
No caso da câmara de Santos, se vc for fazer uma avaliação do rendimento dos nobres edís irá notar que mais de 70% dos projetos de lei enviados a mesa diretora são para homenagear algum cidadão, ou com medalha de ordem ou mesmo com nome de rua, também tem os pedidos de poda de árvores que são assuntos de extrema importância para a câmara municipal. O restante são leis inócuas que não tem nenhum efeito prático mas entram no curriculum de aproveitamento legislativo do vereador, finalizando, ser político no Brasil é ganhar bem fazer de conta que trabalha, e nunca pisar em calos, pois nunca se sabe os pés que terá que beijar no futuro.
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