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sábado, 29 de agosto de 2009

DIREITO À MORADIA

A justificativa mais recorrente da verticalização do nosso município sempre foi o deficit habitacional. Pois bem, o município continua sendo verticalizado, os edifícios cada vez mais altos e o deficit habitacional cada vez maior, principalmente entre os mais pobres. O que é facilmente comprovado pela proliferação de favelas e pela quantidade de moradores em situação de rua.
O Poder Público chamou para si a responsabilidade pela construção das habitações sociais. Porém, não vem dando conta do recado. E por que não consegue suprir o deficit? Não tem espaço e os existentes são muito caros, apontam os especialistas.
A realidade é que a iniciativa privada sempre privilegiou as habitações de luxo. Na melhor das hipóteses, as habitações para a classe média alta. O detalhe é que a maioria desses empreendimentos também é financiada com recursos públicos. O povo acaba fomentando o luxo de uma minoria, e pior, a ocupação dos poucos espaços existentes. Consequentemente, supervalorizando o metro quadrado dos terrenos. O que acaba inviabilizando a construção de moradias para si próprio.
Na Inglaterra, quem constrói apartamentos de luxo é obrigado a construir no mesmo terreno apartamentos sociais. A medida visa conter a proliferação de guetos, de favelas e incentivar o convívio social.
Confesso que não sei se é essa a solução para os nossos problemas. O que sei é que cabe ao governo conciliar interesses, resolver problemas, não beneficiar sempre as minorias influentes, poderosas.

2 comentários:

Alexsandra disse...

É Ibrahim, realmente está complicado para as classes mais baixas terem suas moradias. O metro quadrado em nossa cidade está um absurdo. Tenho colegas tentando comprar suas casas e não conseguem, vivem pagando aluguéis muito altos.Pode ser que, para nossa região, a solução esteja na parte continental. Há de se analisar e criar projetos para essa questão urgentemente.
Abraços!!!
Alexsandra

Ibrahim Tauil disse...

O problema, Alexsandra, é a tendência das construtoras utilizarem a natureza como marketing para venderem aptos de luxo. Foi assim na N.Cintra. Destruiram parte da mata para construir. Praticamente todos os apts lá já foram vendidos. E pior, com financiamento da CEF. Recursos públicos que também financiam outros dois empreendimentos. Um no Marapé, outro no Estradão. Nestes as obras não tiveram início porque não foi vendido um mínimo exigido pela CEF pra liberar o financiamento. Não foi vendido porque não tem o apelo da natureza. O problema é ocuparem aquela área(Continental)como ocuparam a área insular. Ela tem de continuar intocável...em que pese já estarem destruindo áreas de mangue para a expansão do porto...Obrigado, minha amiga!