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sábado, 7 de janeiro de 2012

INCINERADORES DE LIXO

O secretário de Estado de Energia, José Aníbal, admitiu que falta muita informação a respeito do projeto de uma usina de tratamento e queima de lixo na Baixada. Segundo o secretário, até mesmo o pessoal da Agência Metropolitana (AGEM) não tem as informações adequadas. A constatação é preocupante, pois o assunto envolve recursos públicos e, principalmente, a saúde pública. Mas já que o secretário admite que há “muita desinformação”, gostaria que alguém bem informado sobre o assunto esclarecesse algumas dúvidas.

Por exemplo, não estaríamos contrariando a Convenção de Estocolmo, ratificada pelo Brasil, que recomenda a eliminação do uso de incineradores?

Considerando a produção de energia e de poluentes, não estaríamos desrespeitando a Lei Estadual nº 1563/78 que proíbe a instalação nas estâncias balneárias de indústrias que provoquem poluição ambiental?

Considerando que a geração de energia depende da eficiência da transformação do calor em energia elétrica e do poder calorífico do material incinerado, não estaríamos assim dificultando a reciclagem do plástico, da borracha, do papel e da madeira, resíduos de alto poder calorífico?

Considerando, segundo a Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), que na produção de uma tonelada de latas de alumínio reciclado gasta-se cerca de 750 kw/h e que a mesma quantidade produzida com alumínio primário gasta-se cerca de 17.600 kw/h, não soa falso a propaganda de que uma das vantagens do incinerador é a produção de energia, já que o princípio é o mesmo para outros produtos?

Considerando ainda que um quilo de alumínio reciclado evita a extração de cinco quilos de bauxita (alumínio in natura) e que a reciclagem do papel reduz o corte de árvores, assim como a reciclagem de outros produtos evita mais agressões ao nosso planeta, não estaríamos prestando um desserviço ambiental?

Considerando que a saúde pública, o meio ambiente e o meio de subsistência dos catadores devem ser preservados e que os incineradores causam danos ambientais e à saúde, além de diminuir a quantidade de materiais recicláveis, será esta a melhor opção?


3 comentários:

Roberto Amaral disse...

Espero que continuem nesse impasse por mais ou menos uns 200 anos, logo agora que a população está começando a ter consciência ecológica vem mais essa, para beneficiar meias dúzia de falsos moralistas, intelectualóides e plantonistas, isso seria um total retrocesso, sou 1 milhão por cento a favor da reciclagem e diminuição da poluição do ar, sou a favor sim de incinerar esse projeto asqueroso.

Ibrahim Tauil disse...

É uma maneira fácil dos prefeitos se livrarem do problema do lixo sem o trabalho de implantar um programa consistente de coleta seletiva e reciclagem.E mais, sem ter de abordar um assunto delicado neste mundo extremamente consumista: Como consumir menos? Principalmente quinquilharias chinesas...Aliás, deveríamos começar por aí...

Roberto Amaral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.