Todos os dias eles estão lá arrastando redes. Estão tão próximos que da areia da praia é possível sentir o cheiro de combustível e ouvir o ronco dos seus motores. Refiro-me às dezenas de barcos pesqueiros que transitam próximo às nossas praias, estuários e ilhas. Quem caminha ou corre na orla pela manhã já deve ter notado.
Acontece que é exatamente nesses locais que ocorre o acúmulo de cardumes em época de desova, o que acaba incidindo numa grande quantidade de alevinos e indivíduos em desenvolvimento. Um dos indícios da ação predatória desses barcos é a quantidade de peixes pequenos que são mortos e descartados. Inclusive tartarugas e filhotes de leão-marinho. Existem alguns cálculos que apontam a morte de 7 kg de peixes e crustáceos em desenvolvimento para cada quilo de camarão capturado.
Segundo informações que obtive, a fiscalização cabe à Polícia Ambiental e ao Ibama. Não tiro a responsabilidade também da nossa Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Instituições que devem exigir dessas embarcações a distância correta da costa, redes com as malhas adequadas e um equipamento de escape para tartarugas. Vou mais além, deveriam criar um programa que estimulasse os barcos pesqueiros a trazer para terra todo o lixo que vem preso nas suas redes.
2 comentários:
Fica parecendo que as Autoridades e o Poder Público empurram com a barriga esta questão, quem sabe um dia se alguém fotografar este descaso e protocolar no Ministério Público ou reclamar numa emissora de TV "séria" a fim de gravar uma matéria, ai sim, acabariam com esta "festa do peixe".
Tenho um amigo jornalista muito ligado às questões ambientais...Vou falar com ele...Obrigado pela participação, Amaral...
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